A Polícia Civil de Dourados concluiu o inquérito sobre o estupro de uma menina de nove anos na aldeia Bororó que, conforme as investigações, foi cometido por sete pessoas com a participação de duas crianças, uma menina de 10 e um menino de 11 anos.

O inquérito será entregue ainda hoje ao Ministério Público. Conforme concluído, cinco maiores e quatro adolescentes – todos já identificados – foram os autores do ataque que aconteceu na noite do dia 5 deste mês.

Todos prestaram depoimento e três estão detidos, sendo um adolescente de 14 anos que está na Unei (Unidade Educacional de Internação) masculina Laranja Doce, e Fábio de Souza Irala, 23, e Junior Alves Duarte, 19 (este último, primo da vítima) que estão presos na Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa).

De acordo com as investigações, a menina de 10 anos teria atraído a vítima, e o menino de 11 anos teria observado o crime. “Apuramos que a vítima foi chamada por essa menina de 10 anos que é irmã do Junior e prima dela. Ela quem chamou a vítima para ir a casa dele. Lá, a criança foi embebedada com pinga e vinho, e o Fábio a pegou e levou para dentro da casa, onde a estuprou. Depois, os outros acusados entraram e também participaram, e tudo isso foi acompanhado de perto pelas duas crianças, a menina e o menino”, disse a delegada titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) e responsável pelas investigações, Rozeli Dolor Galego.

Ainda de acordo com as investigações e os depoimentos prestados pelos próprios acusados, a vítima foi colocada no meio de uma ‘rodinha’ e todos se revezavam entre estuprar e segurar a criança, apesar da maioria deles ter dito que “apenas segurou” ou que “apenas observou” toda a situação. “Isso foi o que eles chamaram de feirinha. Eles disseram que em um determinado momento a menina desmaiou e aí eles deram tapas no rosto dela, que acordou. Depois, levaram ela para a tapera onde ela foi encontrada, e alguns a estupraram mais uma vez”.

As duas crianças não devem ser responsabilizadas, conforme Rozeli, e foram encaminhadas para o Conselho Tutelar. Os cinco maiores de idade identificado como autores foram indiciados por estupro de vulnerável e devem pegar pena que, inicialmente, é de 15 anos de detenção, podendo ser ampliada conforme a avaliação de agravantes. Os menores de idade também vão responder por estupro de vulnerável, mas a eles serão aplicadas medidas socioeducativas.

A menina vítima do estupro permanece internada no HU (Hospital Universitário), onde passou por cirurgia, mas tem estado de saúde estável e não corre risco de morte.