Dourados Agora | 8 de outubro de 2014 - 08:00 naviraí - operação Atenas

PF faz 'devassa' na Câmara de Navirai e prende vereadores e empresários por desvio de dinheiro

A Polícia Federal desencadeou nas primeiras horas da manhã de hoje a Operação Atenas

Policiais Federais apreenderam documentos e computadores na Câmara de Navirai. Foto: Cido Costa/DOURADOSAGORA

A Polícia Federal prendeu nesta manhã 10 pessoas entre vereadores e empresários suspeitos de formação de quadrilha, corrupção e desvio de dinheiro público em Naviraí, a 360 quilômetros de Campo Grande.

A Operação Atenas, começou as 6h, quando foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária. Além desses, 28 pessoas foram conduzidas à delegacia e a polícia realizou 35 mandados de busca e apreensão em salas da Câmara Municipal, escritórios de advocacia e residências de vereadores e empresários.

Investigação inciada no fim do ano passado, segundo a Polícia Federal, apurou que vereadores da cidade exigiam e recebiam vantagens indevidas para aprovação de leis e para atuações ilegais na expedição de alvarás para estabelecimentos comerciais. Segundo a polícia, a investigação junto ao MPF (Ministério Público Estadual) descobriu ainda que havia um esquema ilegal de recebimento de diárias pagas pelos cofres públicos para viagens que não eram realizadas por servidores públicos municipais.

Participam da operação 200 policiais federais e três membros do MPF. A Polícia Federal ainda não divulgou os nomes dos presos e intimados, que estão na delegacia nesta manhã. No início da manhã, reportagem do jornal Sul News acompanhou a operação e apurou que a polícia esteve na casa de, pelo menos, seis vereadores, dentre Elias Alves, que mora próximo da Câmara Municipal.

 
Agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na Câmara Municipal (Foto: Sul News)

De acordo com o Sul News, ontem (8) o vereador Marcus Douglas Miranda (PMN) disse que chamaria a imprensa e distribuiria, via assessoria, uma matéria com conteúdo contrário as atitudes do juiz Eduardo Lacerda Trevisan, que determinou a prisão dele, por desacato a autoridade, quando houve o flagrante de passagem da carreata dele, na frente do Cartório Eleitoral. Marcus Douglas disse que “a fala do juiz extrapolava suas funções, com pré-julgamento e ataque à classe política”.