94 FM | 7 de outubro de 2014 - 09:38 Fátima do Sul - greve dos bancários

Bancários de Fátima do Sul e Região aceitam proposta e encerram greve

Reunidos em assembleia no início da noite desta segunda-feira (06) os bancários de Dourados e Região decidiram pelo fim da greve na base territorial do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região que completou sete dias nesta segunda-feira. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou no último sábado ao Comando Nacional dos Bancários proposta de 8,5% (aumento real de 2,02%), piso de 9%, o que representa aumento real de 2,5%.

“A mudança de posição dos banqueiros foi fruto da mobilização dos trabalhadores em todo o país. Mais uma vez, Dourados e Região não ficaram de fora do movimento, participando ativamente de uma forte greve durante sete dias,” disse o presidente do Sindicato, Janes Estigarribia.

“Conquistamos reajuste de 8,5% e piso de 9%. Com esse índice, em 11 anos, são 20,7% de ganho real nos salários e 42,1% nos pisos. Conquistamos ainda valorização da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de um reajuste expressivo para o vale-refeição. Também conquistamos cláusula contra metas na Convenção Coletiva de Trabalho e os Sindicatos vão cobrar de cada banco avanços em relação a isso”. Concluiu Estigarribia. 

Benefícios

A regra básica da PLR será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.838. Assim, a parte fixa, que em 2013 foi de R$ 1.640, será reajustada em 8,5%, o que significa aumento real de 2,5%. A regra determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.

O vale refeição será de R$ 26 por dia, com reajuste de 12% e 5,5% de ganho real. Haverá compensação dos dias parados em uma hora até o dia 7 de novembro para funcionários que têm uma jornada de 8 horas e até 31 de outubro para trabalhadores que têm jornada de 6 horas. Aquilo que não for compensado será abonado.

Os bancos também se comprometeram a incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma cláusula que prevê o monitoramento de resultados – o nome que dão para a cobrança por metas – com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho.

Com a pressão da categoria, a Fenaban atendeu também a reivindicação que diz respeito ao reembolso dos custos com a certificação CPA 10 e 20, fazendo com que os bancos arquem com o custo das provas em caso de aprovação dos seus funcionários. Foi garantido ainda o pagamento do 13º salários para os afastados que estiverem recebendo complementação salarial, entre outras conquistas.

Conquista no HSBC
 
O HSBC apresentou a proposta de pagamento de R$ 3 mil, sob forma de participação nos resultados (PR), através de uma antecipação de R$ 2 mil em outubro e R$ 1 mil em fevereiro de 2015. A proposta é resultado da pressão da greve e das negociações com o banco inglês, uma vez que a instituição teve prejuízo no balanço do primeiro semestre. Conforme o modelo de distribuição de lucros, o pagamento aos trabalhadores ficaria prejudicado.

Banco do Brasil e Caixa Econômica

Também aprovada, a proposta do Banco do Brasil avança na questão do fim do Banco de Horas e a partir de agora serão pagas todas as horas extras, além de prever a volta da substituição dos gerentes de módulo nas PSO e nas agências que têm somente uma gerência média. O banco também assumiu a contratação de dois mil funcionários, sendo mil até 31 de dezembro de 2014 e mil até 31/12/2015.

Na Caixa Econômica Federal, além de garantir o índice de reajuste de 9% para todos os níveis da carreira, a PLR será calculada com base em 4% do lucro líquido, com distribuição igualitária para todos os empregados. A empresa pagará, a partir de janeiro de 2015, 100% das horas extras realizadas em agências com até 20 empregados. Foi estabelecido ainda a contratação de dois mil novos empregados até dezembro de 2015.