RD1 | 1 de setembro de 2014 - 15:01 Fantástico

"Show da Vida" deixa bobeiras de lado e volta a ser "Fantástico"

A Globo bem que tentou despistar ao afirmar que as novidades do “Fantástico” haviam sido deixadas de lado em razão da Copa do Mundo. Ocorre que o Mundial chegou ao fim há quase dois meses e, ainda assim, o semanal segue sem as sonolentas reuniões de pauta, os ‘fanticons’ e, mesmo os bichinhos que dialogam com Tadeu Schmidt, perderam espaço.

Em contrapartida, o “Show da Vida” está numa excelente fase, por voltar a apostar no jornalismo como foco principal. Grandes reportagens têm sido veiculadas nas últimas semanas, como ontem (31), com a emocionante luta do pequeno João pela vida, a entrevista exclusiva com Aranha — goleiro do Santos que sofreu preconceito e foi chamado de macaco —, a abordagem sobre a seca e também os desdobramentos relacionados a morte do menino Bernardo.

Fora isso, a nova temporada do “Vai Fazer O Quê?”, quadro liderado por Ernesto Paglia que é um alívio em meio a tantas notícias ruins: ali, podemos ver que, apesar de tudo, ainda existem pessoas boas e que interrompem o que estão fazendo para ajudar um semelhante. No caso, para salvar um cachorro que estava sendo ‘maltratado’.

Sem o “Bem Sertanejo”, que cumpre sua função em atrair público mas que acrescenta bem pouco, o “Fantástico” teve uma pauta de entretenimento tratando sobre os artistas que ganharam espaço na mídia ao interpretarem cantores famosos que já nos deixaram. Tudo pra servir como gancho para o lançamento de Tiago Abravanel como cantor, mas, ainda assim, merece ponto positivo por conta dos bastidores da escolha de Tacy Campos para interpretar Cássia Eller nos palcos.

Em resumo, os responsáveis pelo semanal criaram tantas bobagens que acabaram se esquecendo do óbvio: o público sente-se atraído pelo conteúdo da atração e não por emoticons na tela ou uma reunião de pauta fictícia, na qual magicamente os convidados sugeriam coisas que já estavam sendo produzidas.

A audiência também tem sido positiva nas últimas semanas. Após um longo período com 17 pontos, a produção voltou a se aproximar dos 20 média. Ou seja, inventaram tanto para redescobrirem o óbvio.