Terra | 28 de agosto de 2014 - 17:38 futebol brasileiro

Bom Senso mostra à Globo como quer fiscalizar fairplay dos clubes

Uma troca de informações saudável sem nenhuma agenda. Para Ricardo Borges Martins, diretor executivo do Bom Senso FC, a reunião da última terça-feira, organizada pela Rede Globo serviu para que os executivos da emissora de televisão e os representantes dos jogadores conversassem sobre mudanças e reivindicações. Não houve, no entanto, nenhuma deliberação ou alguma ação programada em função do encontro.

Do lado do Bom Senso, participaram da conversa Ricardo, Enrico Ambrogini (também diretor-executivo), o advogado Fernando Batista e o ex-jogador Paulo César (Fluminense, PSG e outros clubes). Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo Esportes e Renato Ribeiro, diretor geral de Esportes, representaram a emissora junto com o pessoal de marketing.

Ricardo acha que, em um ponto, houve concordância: o modelo da fiscalização sobre os clubes para saber se estão pagando em dia, cumprindo o que determina o texto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. O Bom Senso quer criar uma comissão “independente, autônoma, representativa e democrática” que inclue representantes dos atletas, clubes, CBF e especialistas da área.

A LRFE, no texto original que agrada aos dirigentes de clubes, prevê apenas um instrumento de fiscalização para saber se as agremiações estão pagando funcionários em dia. Trata-se das Certidões Negativas de Débito. Além disso, as contas seriam checadas somente uma vez ao ano. A única punição para o mau pagador é o rebaixamento de divisão no futebol brasileiro.

O Bom Senso acha pouco. Quer uma comissão atuante, checagem mais constante e punições mais amplas. Já conseguiu emplacar uma emenda ao projeto da lei. Nos próximos dias, deverá haver uma reunião na CBF entre dirigentes dos clubes e representantes do Bom Senso para fechar este tema.

Na reunião de terça, Ricardo sentiu que os dirigentes da Globo se mostraram simpáticos a esta posição. Por outro lado, quando a conversa passou para a mudança de calendário e até dos horários noturnos dos jogos, ficou clara a discordância.

 “Nós colocamos que uma das reclamç~poes mais fortes dos torcedores é quanto aos jogos às 22h00. Eles nos disseram que é um horário de muito boa audiência e que é muito difícil estipular outro horário. Eles lembraram que os campeonatos na Europa programam partidas à noite”, disse Martins.

O pessoal da Globo lembrou também que os clubes precisam trabalhar para transformar estes jogos noturnos em um programa agradável para o torcedor, incluindo jantar e outras atrações, especialmente nas arenas da Copa do Mundo.

O calendário anunciado pela CBF para 2015 também é considerado pela emissora como satisfatório para o momento do futebol brasileiro. Esta posição, aliás, já tinha ficado clara em duas reuniões anteriores com o Bom Senso.