Mídia Max | 23 de agosto de 2014 - 07:00 ELEIÇÕES e tecnologia

Mania de pedir favor a políticos invade WhatsApp das campanhas em Mato Grosso do Sul

O WhatsApp ultrapassou seu limite de simples aplicativo para troca de mensagens e está sendo uma das ferramentas dos candidatos neste ano. Muitos eleitores usam corretamente o canal, mas outros aproveitam para fazer pedidos “estranhos” aos candidatos ao governo.

Dos seis postulantes ao governo de Mato Grosso do Sul, dois utilizam o famoso “zap zap” para se comunicar com o eleitor: senador Delcídio do Amaral (PT) e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB). O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), Professor Sidney Melo (PSOL), Evander Vendramini (PP) e Professor Monje (PSTU) não utilizam esta ferramenta.

A maior parte dos pedidos é em relação a empregos na campanha. Outra solicitação bem comum é em relação à casa própria. Muitos querem seu espaço e aproveitam o momento para tentar conseguir. Mas também há o outro lado com manifestação de apoio ao candidato e pedidos de material de campanha.

Na lista de demandas estranhas, está o de uma jovem que pediu ajuda financeira para fazer o casamento da cachorrinha de sua avó. Outra também pediu dinheiro para pagar o implante dentário do pai. Para ter mais peso, ela inclusive mandou a foto da boca do pai quase sem dentes.

Teve um jovem que pediu para ajudar no trabalho escolar e mandou no WhatsApp do candidato as questões solicitadas pelo professor como o coeficiente eleitoral do Estado e as coligações participantes do pleito.

Em situações como essa, a equipe dos candidatos não tem poder para atender, mas não podem deixar de serem gentis com a atenção do eleitor. A resposta acaba sendo: “Infelizmente não vamos poder atender”. A legislação eleitoral proíbe atender pedidos dos eleitores, o que pode configurar compra de votos.

A ferramenta foi incluída na campanha eleitoral para estreitar os laços com os eleitores que podem mandar sugestões aos candidatos, pedir material de campanha. Na campanha do petista, o recurso também informa com antecipação novidades como jingles e vídeos.

Apesar de a ferramenta ser uma novidade, os coordenadores de campanha dizem que a quantidade de mensagens tem tido bastante volume. O número de contatos, no entanto, não foi revelado por que questão de estratégia.

Reprodução Três candidatos ao governo de MS têm canais digitais para mensagens que recebem 'pedição'

Outros meios

As redes sociais devem fazer a diferença na campanha eleitoral deste ano. O Facebook, inclusive, tem sido alvo de vários processos judiciais, principalmente em relação aos fakes. Mas por outro lado, também tem sido uma ferramenta de comunicação instantânea entre candidatos e eleitor, ainda mais entre os postulantes que não pretendem gastar muito na campanha.

Reinaldo utiliza um aplicativo no Facebook chamado “Boas práticas” que serve para informar o eleitor sobre as propostas de campanha. “Nosso objetivo é garantir a livre manifestação, trocar experiências e debater ideias. Na apresentação já alerta sobre comentários ofensivos e fakes que serão bloqueados.

Professor Monje, Vendramini e Sidney Melo têm usado o Facebook mais para divulgar suas ações de campanha com fotos.