Dourados Agora | 25 de julho de 2014 - 10:43 otimista e feliz da vida

Homem centenário dá receita para viver mais e melhor. Conheça

Neste sábado, ele completa 99 anos com saúde e disposição

Apesar do amparo de uma bengala, o experiente senhor diz que não
toma nenhum remédio e que não dispensa convite de bailes foto - Marcos Ribeiro

Nascido em 26 de julho de 1915, em São Joaquim-SC, Antilio Alves Farias, tem motivos de sobra para celebrar a vida. Neste sábado, ele completa 99 anos e diz estar preparado para chegar ao centenário, com esperança de dias ainda melhores pela frente. A receita, segundo ele tem um só nome. Ela se chama alegria.

“Não aturo tristeza. Quero ela bem longe de mim e das pessoas que convivem comigo”, afirma Antílio. Para ele o bom humor tem que estar acima dos problemas diários. “A gente tem é que dar risadas diante das dificuldades. Ficar resmungando traz doenças”, ensina.

Apesar do amparo de uma bengala, o experiente senhor diz que não toma nenhum remédio e que não dispensa convite de bailes. “Gosto muito de dançar Faço isso desde os meus tempos de juventude. Se a festa for boa então, aí é que eu me entrego”, conta, deixando no ar um riso leve, como se fosse uma criança fazendo arte.

Acompanhado da filha Terezinha de Jesus Conder, Antílio esteve em visita ao Jornal O Progresso. “Gosto de ouvir as notícias porque não sei ler e nem escrever. Nasci e cresci na roça. Infe-lizmente não tive oportuni-dade de estudar”.

Ele diz que o estudo fez muita falta, mas isso não foi motivo para impedi-lo de construir sua própria história. Pai de três filhos, cinco netos e nove bisnetos, “Seo” Antilio, como também é conhecido, passou boa parte da existência no cabo da enxada e no lombo de muitos cavalos bravos . Depois de alguns anos em São Joaquim, foi viver no Paraná.

Atualmente ele mora em Dourados com a filha há pouco mais de um ano. “Em casa ele tem uma cozinha com fogão a lenha. Ele mesmo prepara o seu chimarrão”, conta Terezinha. De bombacha, chapéu de couro e lenço vermelho no pescoço, ao estilo gaúcho, o catarinense cultiva alguns hábitos herdados da convivência com amigos que conquistou na época em que freqüentava os centros de tradições gaúchas.

“Tem que ter chimarrão todos os dias”, conta. Questionado a respeito do futuro, Antílio revela-se otimista. “Essa vida é muito boa. Não tenho do que reclamar. Ainda quero estar por aqui mais alguns anos”. A respeito da morte, estufa o peito e dispara. “Não tenho medo dela. Já nasci sabendo que um dia vou ter que morrer. Quando chegar a hora quero ir feliz”.