Diário Digital | 25 de julho de 2014 - 08:38 Três Lagoas - trabalho escravo

Menina de 13 anos trazida do MA é flagrada como escrava em Três Lagoas

Conselho Tutelar tomou conhecimento de caso e encaminhou a menina para abrigo em Três Lagoas (Foto: Reprodução Google Maps)

Uma adolescente de 13 anos, moradora do Estado do Maranhão, foi retirada de sua família, e trazida para a cidade de Três Lagoas, com a promessa de estudar e conseguir melhorar de vida. Porém ao chegar em Mato Grosso do Sul, a menina foi vítima de trabalho infantil escravo e servia apenas de empregada e babá de um bebê.

Segundo informações do Conselheiro Tutelar, Davis Martinell, de Três Lagoas, vizinhos da família perceberam que a menina não estudava e orientaram o casal para que matriculassem a mesma. Então, a responsável por trazer a adolescente foi até uma instituição de ensino, mas foi orientada a procurar o Conselho Tutelar, já que não possuía grau de parentesco.

Aos conselheiros, a mulher, que também veio do Maranhão, relatou que havia trazido a menina, com a autorização dos pais e do conselho da cidade em que morava. Desconfiados, os conselheiros pediram para conversar com a menina. A princípio, a adolescente disse que era bem tratada e que estava apenas passeando, mas após alguns minutos de conversa acabou por confessar e inclusive que havia sido orientada sobre o que dizer.

“Quando a mulher chegou aqui, disse que tinha a autorização, mas eu liguei na frente dela para o Conselho Tutelar do Maranhão e eles garantiram que não haviam autorizado nada. Durante a conversa com a menina, orientamos ela que o conselho existe para ampará-la e que estávamos ali para ajuda, então ela começou a chorar e confessou que era mantida como uma escrava na casa”, ressalta Davis.

De acordo com Davis Martinell, conselheiro tutelar, um ofício sobre o caso foi enviado a Justiça, que determinou que menina fosse retirada da casa e enviada a um abrigo imediatamente. A determinação garante que a menina fique no abrigo até que sejam realizados todos os trâmites legais para que ela retorne a sua cidade de origem. 

Segundo Martinelli, outro ofício foi enviado ao Ministério Público e ao Ministério do Trabalho para que assim possa ser realizado um estudo social para saber sobre a real situação da menina. A família vai responder na Justiça por trabalho escravo infantil.