Mídia Max | 28 de abril de 2014 - 14:39 caso erlon - comércio de placas

Detran MS suspende empresa suspeita de fornecer placa para bandidos do caso Erlon

A empresa Íons – Comércio de Placas para Veículos Ltda., fornecedora oficial de placas de veículos para o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), teve suas atividades suspensas pelo órgão. A portaria com a decisão está na edição desta segunda-feira (28) do Diário Oficial do Estado.

A Íons ganhou licitação no ano passado para fornecer oficialmente as placas para o Detran do Estado. O custo aos cofres públicos de gastos com a empresa é de R$ 26.778.865,44. Ao todo, o órgão gasta mais de R$ 80 milhões para que empresas com certificados emitam somente placas originais, além dos lacres.

A empresa foi descoberta após investigações da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) apontarem que e Íons é a fabricante das placas colocadas no by YTNoAds">Golf do empresário Erlon Peterson Bernal, de 32 anos, assassinado no dia 1º de abril deste ano. As placas verdadeiras foram trocadas por outras, também reais, mas de veículo semelhante, e tinha até o lacre oficial do Detran.
A portaria do Detran suspendendo a empresa, com data de 25 de abril, é válida a partir de hoje. A medida, ainda conforme a decisão, tem caráter preventivo.

O contrato era válido do dia 1° de outubro de 2013 até o dia 30 de junho de 2018 e foi assinado pelo empresário José Ribamar Rodrigues Leite da Costa e o diretor-presidente do Detran-MS, Carlos Henrique dos Santos Pereira.

O dono da empresa, funcionários e o  Detran já foram ouvidos. Conforme a titular da Defurv, Maria de Lourdes, os responsáveis pela empresa disseram que não sabem quem solicitou a placa e que o pedido teria sido feito por telefone, no dia 28 de março. “Eles disseram que era um dia muito tumultuado e que não anotaram quem solicitou”, diz a delegada.

Ainda conforme a Maria de Lourdes, há uma norma do Detran em que um funcionário da empresa deve levar a placa ao Detran para dar continuidade ao processo de emplacamento, o que não aconteceu no caso. O Detran ainda afirmou à polícia que não tinha nenhum processo administrativo envolvendo a placa que foi encontrada no Golf de Erlon.

Com a placa confeccionada por uma empresa credenciada e com a cor do veículo alterada, a delegada diz acreditar que o carro poderia ser levado facilmente para o Paraguai, onde poderia ser vendido ou trocado por drogas.