Espn | 7 de abril de 2014 - 16:45 SÃO PAULO

Globo abre exceção para o São Paulo e libera antes R$ 28 milhões em cotas

Em um de seus últimos atos como presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio se reuniu com o executivo da Rede Globo, Marcelo Campos Pinto, e conseguiu fazer com que a emissora abrisse uma exceção em sua política ao autorizar a cessão de parte de suas cotas entre 2016 a 2018 para um empréstimo de R$ 50 milhões. O candidato da situação nas eleições, Carlos Miguel Aidar, e o diretor financeiro, Osvaldo Vieira de Abreu, também participaram do encontro.

Um fundo de investimento que tem o seu nome mantido em sigilo pelo clube será o responsável pelo reforço de caixa considerado fundamental no Morumbi.

Ao todo, R$ 28 milhões já foram liberados por ele na última sexta-feira. O restante será depositado ainda nesta semana. A princípio, o valor será utilizado para o pagamento de dívidas de curto prazo que somariam R$ 37 milhões, segundo as contas tricolores.

Não está descartada, no entanto, a ida ao mercado para tentar fortalecer o elenco também.

"Participei desse almoço com o Marcelo (Campos Pinto), o Juvenal (Juvêncio) e o Osvaldo (Vieira de Abreu). Na ocasião, foi feito essa solicitação à Globo, que atendeu prontamente. É uma receita que afasta o desconforto do momento, deixa o caixa completamente em ordem e agora assumo a presidência com essa verba mirando quem sabe uma contratação expressiva", afirmou Aidar ao ESPN.com.br, durante as eleições do Conselho Deliberativo do time, no último sábado.

A chapa do candidato assegurou 49 das 80 vagas para novos conselheiros e praticamente encaminhou a sua vitória no pleito presidencial, marcado para o dia 16 de abril.

A Globo costuma liberar no máximo R$ 15 milhões aos clubes em direitos creditórios, como são chamadas as cotas de TV. Mais do que isso: estabelecendo o prazo de dois anos para o pagamento da dívida e não aceitando qualquer novo pedido até que a situação seja regularizada. A emissora fez, assim, uma concessão ao São Paulo permitindo que o clube realizasse um adiantamento maior do que de costume, distribuído no triênio de 2016 a 2018.

Entre os dirigentes, a restrição no valor é interpretada como uma fora de ‘segurar' as equipes ao seu lado.

Em geral, somente quatro bancos trabalham nessas operações: Votorantim, BMG, ABC Brasil e BIC. A diretoria tricolor preferiu recorrer nesse caso a um fundo ligado a um grupo de investidores que não pode ter seu nome divulgado, segundo explicam, até que o acordo seja registrado no cartório num prazo de 30 dias.

"A minha volta na condição de candidato e a perspectiva de vencer a eleição facilita a relação com a Globo porque já fomos parceiros no Clube dos 13. Eles sabem com quem estão lidando e não tenho dúvida de que isso abre portas", comentou o situacionista Carlos Miguel Aidar.

Com R$ 50 milhões, o São Paulo tem comprometido para efeito ilustrativo mais da metade da nova cota de R$ 85 milhões que teria a receber a partir de 2016.

"É um fundo que tem nome, razão social, mas que não posso revelar no momento. Vai ter registro do nosso contrato, autorizado pelo Banco Central, tudo legalizado em cartório e em seguida torna-se público. É um dinheiro basicamente para dívida curta", concluiu o diretor financeiro tricolor, Osvaldo Vieira de Abreu.