O que vinha sendo especulado nos últimos três dias se confirmou ontem à tarde. O governador André Puccinelli vai desfalcar o seu PMDB na disputa pela única vaga a ser preenchida no Senado ano que vem. Preferiu ficar no governo e concluir o oitavo ano de mandato, que se encerra em 31 de dezembro.

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Em nota “Aos sul-mato-grossenses”, publicada em sua página do Facebook, Puccinelli reconhece que “é dever de todo homem público colocar os interesses do Estado acima das vontades pessoais e projetos partidários. Fui eleito para governar Mato Grosso do Sul e cumpro essa missão com humildade. Por isso, comunico a todos os sul-mato-grossenses que atenderei a vontade da maioria da população, permanecendo no cargo de governador até 31 de dezembro de 2014”, escreveu.

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A decisão do governador coloca a sua vice, Simone Tebet, na disputa pelo cargo em que seu pai, Ramez Tebet, conquistou prestígio em âmbito nacional, depois de ter sido vereador, prefeito, deputado estadual, vice-governador e, como senador, presidente do Congresso Nacional.

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Segundo observadores que transitam com frequência pelos corredores do poder, as tradicionaispesquisas “qualitativas e quantitativas” pelas quais o governador se baseia antes de tomar decisões políticas, podem ter motivado o anúncio de ontem à tarde.

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Na verdade, o governador ainda lambe as feridas das eleições municipais de 2012, quando o então deputado Alcides Bernal (PP) surpreendeu a ele e seu grupo, impondo-lhes inesperada derrota. Pelo menos na proporção que se deu.

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O revés de dois anos atrás teria levado o governador de MS à reflexão. Um novo baque, agora, certamente comprometeria a vencedora carreira política do médico que saiu de Fátima do Sul para ocupar o principal cargo do executivo estadual.

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Além dos tropeços, pesaria a favor da decisão o desgaste natural de oito anos seguidos de governo, precedidos de outros oito à frente da prefeitura da Capital.

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De fora, terá todo o tempo para assistir de camarote e, enquanto cuida dos netos, avaliar a possibilidade de entrar na disputa de 2016, e, então, encerrar a carreira na prefeitura que o projetou para o cenário estadual.

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A executiva estadual do PMDB fará reunião na segunda-feira (07) para discutir as candidaturas das eleições deste ano. Os encontros agendados para acontecer em Dourados, dia 12, e em Campo Grande, dia 27, a princípio, estão mantidos. Essas reuniões, com membros dos diretórios municipáis e e estadual, deverão ser anunciadas metas e cronogramas das campanhas eleitorais.

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O desgaste do poder já acometeu Zeca do PT, que depois de 8 anos de governo não conseguiu fazer Delcídio do Amaral seu sucessor, em 2010. E, também, o próprio Puccinelli e o ex-prefeito Nelsinho Trad, que perderam com Edson Giroto, em 2012.

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A determinação do tucano Reinaldo Azambuja em disputar o Senado aliado com o PT de Delcidio é outro fator que, segundo avaliam observadores políticos, teriam cointribuído para a decisão de Puccinelli. O páreo, dizem, seria osso duro de roer.

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Segundo militante tucano, antes de anunciar a desistência o governador teria oferecido a Reinaldo Azambuja a vaga de senador na chapa com o PMDB ou, ainda, a possibilidade de disputar com o Governo tendo Nelsinho Trad de vice.

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Murilo Zauith (PSB) teria dito ontem que nada muda com a decisão do governador, de desistir da disputa pelo Senado. O prefeito de Dourados deverá permanecer no cargo e, quando muito, indicar o vice para o petista Delcidio, que tanto pode ser Zé Teixeira (DEM) como pode não ser.

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A campanha pelo aumento do número de eleitores de Dourados, parece, não despertou interesse da população. Não se sabe se por falta de estratégia de divulgação ou por desejo mesmo de possíveis novos eleitores em não providenciar o alistamento. A quantidade de transferência de domicílio é ainda pior.

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