27 de mar�o de 2014 - 18:00 MEIO AMBIENTE

Audiência debate a qualidade da água no Rio Dourados

A qualidade da água do rio que abastece Dourados e municípios vizinhos está em debate. Primeiro o Ministério Público Federal (MPF/MS) ajuizou ação pedindo que fosse determinada a análise da água do Rio Dourados, após receber laudos que atestavam presença de agrotóxicos em valores acima do permitido. Agora será a vez da sociedade discutir o que há por trás disso tudo.

Pelo menos é o que prevê uma audiência pública proposta pelo vereador Elias Ishy (PT) para discutir este assunto, no dia 5 de junho, às 19 horas, na Câmara Municipal.

De acordo com o vereador, a ideia é buscar alternativas para diminuir a contaminação da bacia do Rio Dourados. Para isso, ele convoca a participação de toda a sociedade envolvida, de Dourados e de municípios abastecidos pelo mesmo rio.

Com a audiência em junho, Ishy espera dar início a um amplo debate para com o Ministério Público Federal, a Sanesul, responsável pelo abastecimento, e gestores públicos municipais das cidades atendidas pelo Rio Dourados.

O diretor-presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, afirmou à imprensa que a água distribuída pela empresa atende aos mais rigorosos padrões de qualidade e não seria contaminada por agrotóxico.

Ação

O MPF em Dourados ajuizou ação para determinar a análise da água do Rio Dourados, após receber laudos que atestavam presença de agrotóxicos em valores acima do permitido. Foi encontrada a presença do agrotóxico clorpirifós etílico - inseticida, pesticida e formicida, classificado como altamente tóxico pela Anvisa - e o temefós - larvicida comumente utilizado contra proliferação de mosquitos. Não só o consumo de água com estes produtos é prejudicial à saúde, como também afeta a alimentação dos peixes do rio, que concentram altos níveis das substâncias nocivas.

A Justiça determinou a análise da água do Rio Dourados e também das fontes subterrâneas da região. O objetivo é apurar possível relação entre a contaminação da água por resíduos de agrotóxicos provenientes das lavouras e a saúde dos moradores do município.

No entanto, dos 27 agrotóxicos listados na Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, o laboratório do Instituto Evandro Chagas, responsável pelos exames do Vigiagua, vigilância da qualidade da água para consumo humano no país, analisa a presença de apenas 15 substâncias nas amostras colhidas. O MPF quer que outro laboratório, com mais tecnologia, faça esse estudo.