Dourados Agora | 25 de mar�o de 2014 - 07:22 alerta de greve na polícia

Sem negociações, policiais civis podem entrar em greve dia 2 em MS

Policiais civis de Mato Grosso do Sul podem entrar em greve a partir do dia 2 abril, caso o governo do estado não atenda reivindicações por melhores condições de trabalho da categoria no Estado. A última paralisação ocorreu em maio do ano passado.

"O indicativo de greve já foi aprovado em assembleia. Agora, no próximo sábado, dia 29, vamos nos reunir em Campo Grande para decidir se vamos ou não deflagrar a paralisação", diz o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol/MS), Roberto Simião de Souza.

Hoje pela manhã, o Sindicato deu início, na Capital, a uma série de ações e manifestações que vão ser realizadas no decorrer desta semana em delegacias do Estado.

A categoria se diz cansada com o descaso das autoridades, da falta de investimento, de escalas abusivas para os policiais, viaturas sucateadas, falta de equipamentos, das delegacias superlotadas de presos e, principalmente, pela morte de quatro policiais civis nos últimos 90 dias.

"Nossa luta não é por reajuste salarial, pois já conquistamos, mas sim por melhores condições de trabalho", explica Roberto Simião, que é policial civil em Dourados.

Segundo o presidente do sindicato, Alexandre Barbosa, não dá mais para esperar que o Governo do Estado se posicione. “São 7 anos de governo, e todas os anos precisamos protestar por melhorias. Nesse tempo todo, as autoridades sabem da realidade, mas não nos apresentam nenhum plano com melhorias ou investimento. Os últimos investimentos são verbas federais, mas até agora não vimos verbas do Estado entrarem”, reclama o presidente.

Segundo o Sindicato, no Estado o déficit de policiais é de aproximadamente 1.100 servidores, e o concurso em andamento prevê a contratação de apenas 48 escrivães e 175 investigadores, um total de 223 policias civis para todo o Estado.

O Sindicato também questiona a realidade da maioria das delegacias do Estado: prédios literalmente caindo aos pedaços, viaturas com problemas de mecânica, escalas dos policiais comparadas ao trabalho escravo, policiais civis custodiando presos.