Um trabalhador de 47 anos corre o risco de perder parte da perna esquerda por falta de atendimento na saúde de Dourados. O drama é vivido por Nilson Marques e teve início no dia 8 de fevereiro, quando foi atropelado por uma caminhonete quando trafegava de moto pela Rua Vinte de Dezembro.

Desde aquela data ele está internado no HV (Hospital da Vida). O paciente já passou por mais de cinco vezes pelo Centro Cirúrgico, porque sofreu “laceração contusa de 25 centímetros” no tornozelo esquerdo.

No HV Marques foi submetido à “limpeza cirúrgica e desbridamento de lesão extensa de membro inferior esquerdo (com perda de substância)”, conforme relatório ao qual a 94 FM teve acesso. Esse mesmo documento indica que o caso dele é grave e exige maiores cuidados.

Como perdeu muito tecido, a parte interna de seu pé esquerdo está toda exposta, como é possível ver em imagens feitas pela família e cedidas para a 94 FM. Essa situação o deixa sujeito a infecções que podem levar à perda do pé ou até mesmo à morte. Por isso o médico que o atendeu, Mauro Kalife, recomendou que o paciente seja submetido a cirurgia plástica.

Mas o HE (Hospital Evangélico) - administrador do HV contratado pela Prefeitura de Dourados – não dispõe desse serviço. Por esse motivo já encaminhou três solicitações para que o HU (Hospital Universitário) socorra Marques. Nelas o médico Kalife classifica a necessidade de transferência entre hospitais como urgentíssima.

Datadas dos dias 6, 7 e 9 de março, todas essas solicitações foram recusadas pelo HU. “Não dispomos desta especialidade nesta instituição”, alega o Hospital Universitário para justificar as recusas.

Diante da falta de atendimento adequado nos hospitais conveniados pelo município, Shirlei Tiburcio dos Reis, esposa de Marques, apelou à Defensoria Pública. Mesmo assim, até agora não houve qualquer manifestação da Justiça sobre o caso.