O Sindicato dos Atletas de São Paulo pede R$ 6,2 milhões de indenização aos atletas do Corinthians pela invasão ao Centro de Treinamento pelas organizadas, em 1º de fevereiro. A ação foi ajuizada na Justiça do Trabalho.

"Nós estamos pedindo R$ 200 mil para cada atleta. São 31 no total", informa o advogado do sindicato, Washington Rodrigues, que assina o processo junto com Eduardo Novaes Santos.

A audiência está marcada para 3 de junho. O sindicato alega que o Corinthians, por ter uma relação promíscua com as organizadas, não ofereceu segurança aos jogadores e isso possibilitou a invasão ao CT, em que celulares foram roubados, carros depredados e funcionários, ameaçados e agredidos.

A ação faz duas reclamações. Uma por assédio moral e atentado aos atletas. Outra por ambiente de trabalho inseguro. A Justiça do Trabalho vai decidir se a reclamação é válida ou não.

"Há os precedentes da Justiça Desportiva, que impõe multas ainda mais pesadas aos clubes em caso de insegurança aos torcedores. O que, entendemos, é menos grave do que as ameaças aos atletas profissionais", defende o advogado.

Logo após a invasão, o comandante da Polícia Militar, reclamou que a relação entre clube e organizadas era excessivamente aberta e que a entrada de vários deles no CT foi facilitada. O Corinthians nega que isso tenha acontecido.

" A ligação direta que o clube tem com as torcidas organizadas está sendo usada na ação. Os torcedores têm canais de acessos à diretoria. Há menções no site do clube falando sobre torcida. No relatório de sustentabilidade, no mesmo canal que em recebe Fifa e CBF, recebe as organizadas", se queixa o sindicato, na ação.

Três torcedores estão presos pela invasão. Outros cinco foram reconhecidos, mas ainda não se apresentaram à polícia. Segundo as contas do próprio Corinthians, mais de 100 participaram do incidente.

A diretoria do clube alega não poder comentar o assunto por ainda não ter sido citada a respeito da ação.