Nova News | 6 de mar�o de 2014 - 16:15 caos na saúde

Paciente pivô da briga entre médicos retorna a Dourados em estado grave

Idosa estaria com os rins paralisados, necessitando urgente de hemodiálise

A paciente de 74 anos, que se tornou pivô da briga entre o médico de Nova Andradina, Eduardo Munhoz, e o médico Renato Vidgal, do Hospital da Vida (HV) de Dourados, precisou ser encaminhada novamente para aquela cidade em estado grave.

Desta vez, a idosa, que sofre de problemas renais, seguiu para o Hospital Universitário (HU). Esta segunda transferência ocorreu na noite de quarta-feira (05), três dias após ela ter a internação negada depois de avaliação médica naquela unidade.

No dia da primeira transferência, o médico Renato Vidgal, do HV, após avaliar a paciente, disse que ela não necessitaria de internação naquela unidade. O médico Eduardo Munhoz teria então solicitado parecer ou cópia do prontuário, a fim de justificar o retorno da paciente para Nova Andradina, o que foi negado pelo outro profissional, motivo que gerou o desentendimento entre as partes.

Segundo o médico de Nova Andradina, a paciente deveria ser tratada em Dourados devido ao fato de estar com problemas nos rins, o que ele entende por grave.

Por outro lado, o médico de Dourados alegava que a infecção seria urinária e considerou o caso como simples, solicitando que a paciente retornasse e que o tratamento ocorresse em sua cidade de origem, uma vez que o HV estava lotado. De acordo com nota emitida pelo Hospital da Vida, o quadro da paciente não era grave. O documento diz que todos os exames necessários foram realizados para constatação.

Já um fax enviado para aquela unidade hospitalar pelo HR de Nova Andradina, atesta que o estado de saúde da mulher era grave e que o coração não bombeava o sangue para outros órgãos corretamente, por isso precisava da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), setor que ainda não está em operação no Hospital Regional Francisco Dantas Maniçoba. Em entrevista à TV Morena, o médico Renato Vidgal disse que seu procedimento foi correto e que o fax encaminhado pelo HR estava errado, por isso devolveu a paciente à cidade de origem. "A solicitação de vaga zero foi indevida e atrapalhou meu plantão, além de prejudicar outros pacientes que estavam no local" disse Vidgal.

O HR de Nova Andradina ratifica que o quadro clínico da mulher é grave e o médico que solicitou a vaga zero seria nefrologista, especialista em doenças do sistema urinário, sendo que, o médico Eduardo Munhoz, apenas foi escalado para acompanhar a paciente.

Nesta segunda transferência, estado de saúde da idosa teria se agravado sendo transferida com pressão arterial de 06 por 03, hipotensa, e, de acordo com o hospital, com os rins praticamente paralisados, necessitando urgentemente de passar por hemodiálise, o que, segundo membros do hospital, reforça a necessidade da transferência.

Por outro lado, o médico de Nova Andradina disse que gravou o atendimento porque outro colega já tinha passado por constrangimento similar em um atendimento realizado por Renato Vidgal. "Eles estão tentando achar uma manobra para acobertar esse médico. A paciente necessitava de uma UTI e, como intensivista que sou, sei disso". Munhoz afirmou ainda que o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS), que foi acionada por ambas as partes, deverá esclarecer o caso.

HU

Em contato com o HU de Dourados na manhã desta quinta-feira (06), a reportagem recebeu a informação de que a paciente realmente permanece naquela unidade, porém, não passou informações sobre o seu quadro clínico.

O Jornal Eletrônico também tentou contato com a família da idosa, no entanto, até o fechamento da matéria, às 10h18, não foi possível ouvir a versão dos parentes.