CONJUNTURA | 17 de fevereiro de 2014 - 15:49 POLÍTICA

Acordo entre rivais inclui volta do PMDB à prefeitura em 2016

Prestes a ser selado, apesar de focos de resistência, o acordo de aliança entre PT e PMDB em Mato Grosso do Sul incluiria a volta dos peemedebistas à prefeitura de Campo Grande em 2016, asseguram interlocutores palacianos. 
 
A proposta de aliança voltou a ser amplamente discutida na quinta-feira em Brasília entre o governador André Puccinelli (PMDB) e o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, a mando da presidente Dilma Rousseff, principal interessada no alinhamento político entre os dois grupos adversários. 
 
Principal articulador político do PMDB no Estado, André Puccinelli foi aconselhado pelo ministro a convencer os correligionários a abrir mão de candidatura própria para apoiar o senador Delcídio do Amaral (PT) nas eleições de outubro. 
 
O sonho do PMDB é reassumir o comando da prefeitura da Capital depois de perder uma hegemonia de mais de duas décadas à frente do maior reduto eleitoral de Mato Grosso do Sul. 
 
Pelo projeto, o nome de André Puccinelli teria o aval dos petistas nas eleições de 2016 para suceder o prefeito Alcides Bernal (PP). Entretanto, ninguém dos dois partidos confirma essa estratégia de acordo antecipada. 
 
Apesar da pressão do Palácio do Planalto, o governador considera a tarefa difícil pelo fato de o PMDB já ter lançado a candidatura do ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, ao governo estadual. Mesmo assim, prometeu transmitir os apelos dos líderes petistas ao diretório regional do partido, a quem cabe a incumbência de decidir sobre o assunto. 
 
Nesse caso, o eventual recuo do PMDB só poderá ser decidido em nova reunião a ser convocada pelo presidente regional, deputado estadual Júnior Mochi, ou em convenção, durante a qual só podem votar os membros do diretório e os delegados dos diretórios municipais. 
 
Analistas acreditam que se a proposta de aliança com o PT for submetida à convenção o ex-prefeito Nelsinho Trad corre o risco de ser preterido, uma vez a maioria dos convencionais foi indicada por André Puccinelli. 
 
“Eu vou passar para o diretório”, revelou André Puccinelli, em entrevista na Capital, referindo-se ao pedido de Mercadante. 
 
Na conversa com o ministro, o governador adiantou que a proposta enfrenta resistência porque o PMDB, além da candidatura de Nelsinho, tem como pré-candidata ao Senado o nome da vice-governadora Simone Tebet. 
 
O governador lembrou ao ministro que, em 2012, conversou com a nacional do PT já pensando na possível aliança com os petistas para o pleito deste ano. 
 
Ele contou que à época sugeriu, em troca de apoio, a vaga à candidatura de vice-governador para Nelsinho Trad e o Senado para Simone Tebet. No entanto, teve a proposta rejeitada pelos petistas. 
 
A tentativa de aproximação ocorreu à época em que o PT liderava com folga as pesquisas para consumo interno, no entanto, os adversários aceitaram apenas ceder à vaga de vice. Com a mudança do cenário político, os petistas estão dispostos a abrir mais espaço na chapa majoritária, deixando o PMDB ocupar também o Senado. 
 
A chapa majoritária a ser encabeçada por Delcídio teria como vice um nome a ser indicado pelo PR, desde que não seja o deputado federal licenciado Edson Giroto, vetado por petistas. André Puccinelli concorreria ao Senado tendo como suplente Nelsinho Trad. Nesse caso, Simone concluiria o segundo governo do PMDB.