MS Record | 11 de fevereiro de 2014 - 14:25 Anaurilândia

Policiais acusados de torturar adolescente de 16 anos são presos em Anaurilândia

Jornal da Nova

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu na tarde desta segunda-feira (10) três policiais militares acusados de torturar um adolescente de 16 anos em Anaurilândia, a 366 quilômetros de Campo Grande. O jovem Bruno Gabriel Olavo da Silva morreu no último dia 7 de janeiro após ter sido perseguido e supostamente agredido pelos policiais para que confessasse furtos.

De acordo com as investigações do Ministério Público do Estado (MPE) de Mato Grosso do Sul, os militares realizavam patrulhamento após receber a informação de furtos de duas motocicletas praticados por jovens do município. Bruno, ao avistar a viatura policial chegando à sua casa, fugiu a pé, pulando muros de residências, e se embrenhando em terrenos baldios.

Na ocasião, os policiais militares Daniel Caldeira de Oliveira, Daniel Paes da Fonseca e Lindolfo Lemes Fernandes Júnior, que se encontrava de folga e à paisana, alcançaram o adolescente depois de cerca de 200 metros, e teriam passado a agredi-lo, com o objetivo de obter dele a sua confissão ou informações sobre os furtos. 

Ainda de acordo com o MPE, a violência física foi tamanha que a vítima não conseguiu caminhar até a viatura. O adolescente foi então carregado pelos militares até a viatura e encaminhado à delegacia, mesmo sem mandado de apreensão ou situação de flagrância.

Na delegacia, os policiais militares teriam deixado o adolescente em uma cela e ido à procura de outros suspeitos dos furtos. Bruno, passando mal, teve de ser socorrido pelo investigador de polícia Antonio Luiz dos Santos, que estava de plantão. Os policiais militares retornaram à unidade policial, e levaram o adolescente ao hospital Sagrado Coração de Jesus. O jovem, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.

A certidão de óbito existente no inquérito policial atesta como causa da morte do adolescente “Hemorragia Interna Aguda – Choque hipovolêmico – Trauma Abdominal Fechado Ação Contundente”.

Após as investigações, em razão da gravidade dos fatos, o Promotor de Justiça Magno Oliveira João pediu a prisão preventiva dos policiais militares, que foi decretada pelo Juiz de direito da vara única da comarca de Anaurilândia. Eles foram encaminhados para o Presídio Militar de Campo Grande.