Dourados Agora | 8 de fevereiro de 2014 - 09:22 mato grosso do sul

Produtores afirmam que governo não quer pagar por terras

Manifesto de produtores rurais Grito do Produtor, reuniu cerca de 60 pessoas

Um grupo formado por cerca de 60 produtores rurais realizou, na tarde de ontem, a manifestação denominada Grito do Produtor, para protestar contra a política de demarcação de terras do governo federal e das ações da Fundação Nacional do Índio (Funai) que, segundo os manifestantes, incentivam as invasões de propriedades rurais por parte dos índios e acusaram o governo federal de não querer pagar pelas terras destinadas às comunidades indígenas.

A manifestação, na Praça do Rádio Clube, foi aberta pelo produtor rural Glauco Mascarenhas, de Dourados, que defendeu o direito de propriedade, condenou as ações da Funai no incentivo às invasões de terras e ressaltou que as terras desapropriadas para comunidades indígenas devem ser tituladas para os próprios índios e não para a União.

Mascarenhas também criticou alguns políticos que se reuniram com produtores rurais, firmaram pacto para defender o direito de propriedade e nada fizeram para cumprir os compromissos e disse que “essas pessoas, já identificadas , não merecem o apio e a confiança da classe produtora rural” e denunciou a intenção do governo de, com as desapropriações, criar “fazendões”, ou “comunas”, que não deram certo na China, em Cuba e na Coréia do Norte e resultaram em milhões de mortos.

“Estamos discutindo não somente as questões indígenas, mas a ambiental e temos consciência de que não é necessário derrubar mais nenhum pé de árvore, aqui ou na Amazônia, se o governo nos incentivar a recuperar as terras de áreas agricultáveis e reformar os pastos, para que possamos até triplicar nossa produção”, destacou Mascarenhas, que anunciou uma reunião com um vereador indígena na próxima semana para discutir as questões agrárias.

O ex-deputado federal e produtor rural Pedro Pedrossian Filho, o Pepê, um dos coordenadores da manifestação, afirmou que, há três anos, está confinado em sua propriedade, de 1.000 hectares, no município de Miranda, com temor de invasões de indígenas. Segundo ele, sua fazenda já foi invadida em duas oportunidades, em 2005 e 2008, porém, garantiu a reintegração de posse e hoje não deixa a propriedade para não correr o risco de novas invasões.