CBN | 28 de janeiro de 2014 - 15:41 Horário de verão

Horário de verão termina em 16 de fevereiro, calor aumenta consumo de energia em 6,3%

Na noite de sábado (15/02) para o domingo (16/02) termina o horário de Verão. Todos os relógios devem ser atrasados em 1 hora. Por conta do calor, consumo de energia em dezembro cresceu 6,3%.  Deputados pedem o fim do horário de verão, pois os benefícios com a redução da carga máxima de energia elétrica em horário de pico não atingem a maior parte dos cidadãos.

Relógios devem ser atrasados em 1 hora no dia 16 de fevereiro. Foto: Google

Moradores das regiões de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul ou Distrito Federal, já começam a se despedir do horário de verão.

Horário de verão é a alteração do horário de uma região, designado apenas durante uma porção do ano, adiantando-se em geral uma hora no fuso horário oficial local. O procedimento é adotado costumeiramente durante o verão, quando os dias são mais longos, em função da posição da Terra em relação ao Sol, daí o nome em português, espanhol, francês, alemão e outras línguas. Em inglês, por exemplo, o termo "Daylight saving time" (Horário de economia com luz do dia, em tradução livre) enfatiza a função prática da operação, enquanto em italiano "Ora legale" (Hora legal), destaca o caráter artificial da medida.

Conceito de economia
O horário de verão contribui para reduzir o consumo de energia, mas a medida só funciona nas regiões distantes da linha do equador, porque nesta estação os dias se tornam mais longos e as noites mais curtas. Porém nas regiões próximas ao equador, como a maior parte do Brasil, os dias e as noites têm duração igual ao longo do ano e a implantação do horário de verão nesses locais, traz pouco ou nenhum proveito. Contudo, seu maior efeito é diluir o horário de pico, evitando assim uma sobrecarga do sistema energético. O efeito provocado é de não haver a coincidência da entrada da iluminação, com o consumo existente ao longo do dia do comércio e da indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas.

Consumo de energia no país sobe 4,2% em 2012, diz ONS
Maior alta em relação a 2011 foi registrada no Nordeste, com 7,4%. Por conta do calor, consumo de energia em dezembro cresceu 6,3%.

Relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que o consumo de energia no país durante o ano de 2012 foi 4,2% maior que o verificado em 2011. Se comparados apenas os meses de dezembro, o aumento no consumo chega a 6,3%. De acordo com o ONS, o resultado de dezembro, que contraria o padrão para a época, é explicado principalmente pelo aumento das temperaturas acima do esperado no Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Horário de verão no Brasil

O horário de verão no Brasil foi adotado pela primeira vez em 1 de outubro de 1931, através do Decreto 20.466, abrangendo todo o território nacional. Houve vários períodos em que este horário não foi adotado.Desde 1985 o horário de verão é adotado anualmente. Nesse período a abrangência, inicialmente nacional, foi reduzida sucessivas vezes até que em 2003 atingiu a atual.

Atualmente, o horário de verão é adotado nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste. Depois de oito anos sem adotá-lo, o estado da Bahia, no Nordeste, o adotou em 2011. Em 2012, no entanto, a Bahia voltou atrás nessa decisão. Desde 2008, o início é no terceiro domingo de outubro, e o final no terceiro domingo de fevereiro, exceto quando este coincide com o Carnaval, sendo então o horário prorrogado em uma semana. Até 2007 a duração e a abrangência geográfica do horário de verão eram definidas anualmente por decreto da Presidência da República. É designado pela sigla BRST (Brazilian Summer Time), e equivale a UTC-2 (salvo em MT e MS, onde equivale a UTC-3).

Deputados pedem o fim do horário de Verão
Tramitam na Câmara dos Deputados três projetos de lei, de autoria dos deputados Mário de Oliveira (PSC-MG), Armando Abílio (PTB-PB) e Valdir Colatto (PMDB-SC), que pretendem abolir o horário de verão no Brasil. A justificativa apresentada é que os benefícios com a redução da carga máxima de energia elétrica em horário de pico não atingem a maior parte dos cidadãos, enquanto que os prejuízos à saúde e à segurança pública  afetam principalmente pessoas que precisam acordar cedo e ir à escola ou ao trabalho enquanto as ruas ainda estão escuras.
Críticos do horário de verão alegam que a medida afeta o chamado relógio biológico das pessoas, principalmente das mais velhas, com prejuízos à saúde.
 
Impacto nas mídias

Nos estados brasileiros onde não vigora o horário de verão, os impactos que as pessoas sentem são na programação das emissoras de televisão e nas agências bancárias, onde o horário de funcionamento em muitos locais é antecipado em uma hora, para compatibilizar com o horário de Brasília. No entanto, algumas afiliadas ou emissoras próprias das redes de televisões (localizadas no Norte, Noroeste, Nordeste e Oeste),  preferem atrasar a programação nacional em uma hora para garantir a programação local no horário normal. Porém, as emissoras são obrigadas a exibir as atrações classificadas para maiores de 12 e 14 anos em relação do horário de Brasília.
 

Invenção de Benjamin Franklin

A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor americano Benjamin Franklin, numa época em que ainda não existia luz elétrica. Mas sua ideia não sensibilizou nem o governo do seu país, nem o da França, onde foi publicado um artigo seu sobre a possível economia em cera de vela gerada pelo adiantamento do relógio em uma hora no verão.  Mais tarde, em 1907, William Willett, da Sociedade Astronômica Real tentou persuadir, sem sucesso, a sociedade britânica a adotar a prática. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, como medida para economizar carvão.