Folha | 24 de janeiro de 2014 - 17:42 investigação

Caixa é alvo de duas investigações no Ministério Público

O Ministério Público Federal em Brasília investiga a decisão da Caixa Econômica Federal de contabilizar como receita R$ 719 milhões de contas encerradas por irregularidades no cadastro, em 2012.

Além de os procuradores terem aberto na quinta-feira (23) um inquérito civil para apurar se o banco cometeu irregularidades ao fechar mais de 525 mil contas, está em curso uma investigação preliminar no âmbito criminal.

A Caixa terá 15 dias para prestar esclarecimentos sobre detalhes da contabilidade que lhe permitiu ganhar duas vezes com os recursos das poupanças lançados no balanço como receita financeira e operacional.

O procedimento, segundo a Folha apurou, não é permitido pelas normas do Banco Central.

O Ministério Público também solicitou "discriminação e comprovação" de todas as iniciativas do banco para identificar e regularizar as contas que posteriormente foram encerradas e medidas adotadas para sanar irregularidades apontadas pelo Banco Central.

OUTROS BANCOS

Na tentativa de comparar a decisão tomada pela Caixa com outras instituições financeiras, o Ministério Público também requisitou aos 17 maiores bancos comerciais do país informações sobre as condutas adotadas em relação ao encerramento de contas com erros cadastrais.

Segundo o Ministério Público, o Banco Central também deverá se manifestar sobre o caso no inquérito civil.

A decisão dos procuradores de abrirem dois procedimentos para investigar a Caixa nada tem a ver com o pedido do PSDB para que o caso fosse apurado.

As investigações, contudo, podem ser usadas como arma nas eleições presidenciais.

A presidente Dilma Rousseff, que ficou irritada com o episódio, exigiu uma solução rápida para a situação. Na semana passada, o governo deu início a uma operação para tentar minimizar os estragos para a imagem do banco e da equipe econômica.

Foi o próprio governo, numa auditoria da Controladoria-Geral da União, que identificou os encerramentos das contas e a contabilidade supostamente irregular de R$ 719 milhões no balanço da Caixa Econômica Federal de 2012.