2 de janeiro de 2014 - 13:30 futebol brasileiro

Em carta, novo presidente diz que Portuguesa foi injustiçada e pede união

Iniciada oficialmente nesta quinta-feira, a gestão de Ilídio Lico na presidência da Portuguesa começou de forma extremamente conturbada. O novo mandatário encontrou um clube que não sabe sequer a divisão do Campeonato Brasileiro em que estará no próximo ano, e o imbróglio que rebaixou a equipe rubro-verde foi o principal assunto abordado pelo dirigente em sua carta de posse. No documento, divulgado nesta tarde, ele disse que o time do Canindé foi injustiçado, relatou uma indignação geral com o julgamento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e pediu união com federação, confederação e outros clubes.

A despeito de ter concluído o Campeonato Brasileiro fora da zona de rebaixamento, a Portuguesa foi rebaixada porque perdeu quatro pontos no STJD. A equipe rubro-verde foi punida pela comissão disciplinar e pelo pleno do órgão por causa da escalação irregular do meio-campista Heverton.

Heverton entrou no segundo tempo do empate sem gols com o Grêmio, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. O jogador havia sido expulso em partida contra o Bahia e cumprido suspensão diante da Ponte Preta, mas foi julgado pelo STJD e teve pena ampliada para duas partidas.

"Não posso deixar de fazer referência à injustiça que acabamos de ser vítimas. Falo do julgamento manifestadamente político do STJD, que culminou com o rebaixamento da nossa equipe para a Série B. O Brasil todo – não só o desportivo – se indignou com o ocorrido. Quero deixar consignado, no entanto, que lutaremos com todas as forças e em todas as instâncias para reverter esse quadro a um só tempo injusto e extremamente danoso para o nosso clube", escreveu Lico na carta de posse.

O novo presidente é o primeiro mandatário da Portuguesa desde janeiro de 2005, quando Manuel da Lupa assumiu a equipe. Ele foi eleito em chapa de consenso, que inclui representantes de diferentes grupos políticos do Canindé.

Até por isso, o tom da primeira carta de Lico é totalmente conciliatório. Nos quatro primeiros parágrafos, o novo presidente procurou mostrar que fará uma gestão aberta e participativa. Depois, estendeu essa ideia também para as relações externas.

"O futebol brasileiro, sobretudo no aspecto administrativo, há muito exige mudanças. Presentemente é latente que os ventos sopram favoravelmente. Vamos caminhar nessa direção. Vamos repensar seriamente o nosso futebol. Deixaremos de lado os ataques, por vezes gratuitos, às instituições. É preciso união. É o que buscaremos: união. Não só com a Federação e Confederação, mas, também e principalmente, com os clubes coirmãos", completou o presidente rubro-verde.

Até o momento, nenhuma das grandes equipes de São Paulo teve posicionamento oficial de apoio à Portuguesa. O diretor de futebol do Corinthians, Roberto de Andrade, chegou a se referir ao episódio de forma irônica.

"Normal a gente sabe que não é, mas todo campeonato tem um regulamento que precisa ser cumprido por todos. Eu não vou entrar no mérito do caso porque não sou advogado, mas se algum dos clubes descumpriu o regulamento, a própria palavra diz, descumpriu. Ema, ema, ema, cada um com seus problemas", disse o dirigente alvinegro em entrevista coletiva.