Da Redação | 18 de dezembro de 2013 - 16:56 Mato Grosso do Sul

Incra abre as porteiras do mais novo assentamento de Mato Grosso do Sul

Serão abertas nesta sexta-feira (20) as porteiras do primeiro assentamento criado em Mato Grosso do Sul, depois de quatro anos de paralisação das desapropriações e aquisições de terras para a reforma agrária no Estado. Um grupo de 170 famílias que estava aguardando a convocação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para receber seus respectivos lotes, ficarão acampadas dentro do imóvel para maior segurança de cada uma delas, até a implantação total do assentamento.

O procedimento visa também o cumprimento da nova sistemática da reforma agrária, que compreende a ocupação das parcelas definitivamente com toda a infraestrutura necessária aos beneficiários. Entre as providências nesse sentido estão moradia, estradas internas, água potável e energia elétrica na residência, assim como assistência técnica e até mesmo estudos sobre a vocação da terra e a produção de alimentos de acordo com a demanda de consumo.

Esses e outros objetivos visados pelo Incra serão possíveis com a união de políticas públicas do Governo federal envolvendo inclusive instituições como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), além dos governos municipais e estadual.

A união de forças em prol do crescimento sócio-econômico dos beneficiários do Incra conta inclusive com uma base de pesquisa da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) no assentamento Eldorado, situado em Sidrolândia. O empreendimento já está em fase de experimental com o desenvolvimento de estudos voltados à melhoria da produção de frutas, verduras, legumes, cerais e até leite e derivados .

O assentamento Nazareth está no eixo de desenvolvimento das áreas vazias do MS, conforme ressalta o superintendente do Incra-MS, Celso Cestari: "Em uma viagem rodoviária de Campo Grande até Três Lagoas, por exemplo, é possível ter uma ideia do vasto descampado de um lado e de outro das rodovias. Estamos trabalhando nesse sentido, concentrando a formação de novos assentamentos nessa direção. A região já foi toda vistoriada pelos nossos técnicos mostrando um bom potencial para criação de novos assentamentos".

Ele lamentou o período de recesso forçado mas observando que o trabalho continuou normalmente em outras áreas de atuação do órgão. Reconhece que "foi um período de ação e reflexão para atender a reivindicações das lideranças dos movimentos sociais e das próprias autoridades judiciais para uma reação enérgica contra abusos de pessoas menos avisadas. Destaca-se como uma das mais fortes ações a série de despejos com força policial, na recuperação de terrenos irregulares desocupados por dezenas de famílias".

Desde 2009, quando aconteceu a Operação Tellus, da Polícia Federal, o Incra não desapropria ou compra terras para criação de novos assentamentos. No final de 2012, depois de trabalhar levantando a situação de lotes ocupados irregularmente na região, conforme orientação da Justiça, o Incra-MS recuperou a função de criar novos assentamentos.

Foram vistoriados 14 mil lotes, trabalho que acabou sendo estendido para os demais loteamentos do órgão, em todo o MS, onde 30 mil famílias estão assentadas em 178 assentamentos.