29 de novembro de 2013 - 09:12 BRASIL

70,3% dos domicílios do país têm saneamento adequado, aponta IBGE

Em 2012, 70,3% dos domicílios urbanos brasileiros tinham acesso a saneamento adequado,
um crescimento de 7,3 pontos percentuais em relação a 2002. Os dados constam em uma análise feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, divulgada nesta sexta-feira (29).

O estudo aponta que o acesso ao saneamento considerado adequado (que leva em consideração abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo, simultaneamente) cresce com o aumento da renda, já que as pessoas com renda superior tendem a morar em lugares com infraestrutura já existente.

Em 2002, apenas 38,4% dos brasileiros com rendimento médio mensal domiciliar de até meio salário mínimo per capita declararam ter acesso aos serviços já citados. O índice sobe para 82% quando é analisada a classe com renda de 2 salários mínimos per capita.

Em 2012, o índice aumentou consideravelmente para a faixa social com rendimento menor, passando para 51,7%. A proporção para os brasileiros com renda domiciliar de 2 salários mínimos per capita também subiu, mas em ritmo mais lento (83,6%).

Proporção de domicílios com acesso simultâneo aos serviços de saneamento, por região e por ano

Grande Região

2002

2012

Brasil

63%

70,3%

Norte

10,3%

19,9%

Nordeste

37,2%

51,2%

Sudeste

85,6%

90,6%

Sul

58,8%

67,8%

Centro-Oeste

39,4%

49,7%

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2002, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012

Evolução por região
Os aumentos percentuais mais significativos ocorreram justamente onde historicamente havia maior carência de acesso a serviços de saneamento, aponta o IBGE.

A Região Nordeste apresentou a maior elevação, de 14 pontos percentuais, passando de 37,2% de domicílios com saneamento adequado para 51,2%. O Centro-Oeste também teve uma alta de 10,3 pontos percentuais (de 39,4% para 49,7%).

A Região Norte teve o terceiro maior crescimento (9,6 pontos percentuais), apesar de ainda apresentar em 2012 o menor índice do país (19,9%). O Sul teve um aumento semelhante (9 pontos percentuais), mas tem a segunda maior proporção de domicílios com saneamento adequado (67,8%).

O Sudeste tem o maior índice do país (90,6%) - mesmo que, durante os dez anos analisados, tenha apresentado a menor evolução (cinco pontos percentuais).

Energia elétrica
O acesso à iluminação elétrica e a utilização doméstica de energia também foram incluídos na análise domiciliar do IBGE.

Em 2012, 40,8% dos domicílios urbanos tinham acesso ao serviço de energia elétrica e à posse de computador, TV em cores e máquina de lavar. Caso a amostra inclua também DVD, o índice cai para 37,8%. Quando ainda é analisado o acesso a internet, o percentual é ainda menor: 34,3%.

A razão entre os domicílios sem acesso e com acesso simultâneo a energia elétrica e abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo é usada no estudo para apontar as desigualdades em infraestrutura no Brasil.

Para o conjunto dos domicílios brasileiros, esta razão era de 0,42 em 2012, o que significa
que para cada 100 casas com acesso, havia 42 sem acesso. Na Região Norte, porém, esta razão foi de 4,02 - para cada 100 domicílios com serviço, havia 402 sem serviço.