Mídia Max | 23 de novembro de 2013 - 10:38 campo grande

Bernal escapa de depoimento na segunda e julgamento na Câmara pode ficar para 2014

O prefeito Alcides Bernal (PP) conseguiu adiar o julgamento dele na Câmara de Campo Grande. A decisão do desembargador João Maria Lós, que ontem derrubou recurso da Câmara e paralisou os trabalhos da Comissão Processante, pode fazer o prefeito ganhar alguns dias de fôlego na luta para fugir da cassação.

Com a decisão, Bernal não precisará, pelo menos por enquanto, de ir à Câmara provar que é inocente. O presidente da Comissão Processante, vereador Edil Albuquerque (PMDB), esperava concluir os trabalhos antes do prazo final, dia 20 de dezembro, mas com a judicialização, ele não descarta a possibilidade do julgamento final só sair em 2014.

“Vamos enfrentar uma dificuldade muito grande por conta do recesso do fim e início do ano. Nós tínhamos um prazo de 50 dias para concluir o trabalho. Com a decisão, o prazo fica congelado. É como se tivesse congelado o relógio. Corre o risco de ficar para fevereiro”, explicou.

Na quinta-feira (21) a Câmara conseguiu, na madrugada, reverter a decisão do desembargador Hildebrando Coelho Neto, que congelou a Comissão Processante. Todavia, desta vez, a assessoria jurídica da Câmara agirá com mais cautela e só deve entrar com o recurso na segunda-feira (25). “Há um entendimento de que, por não ser caso de emergência, não é necessário entrar com recurso no plantão. É questão de interpretação. Mas, na segunda-feira, vamos decidir o que fazer”, justificou.

O presidente da Comissão Processante disse não entender o medo que faz o prefeito fugir e não prestar esclarecimento. “Eu converso com várias pessoas, incluindo advogados e ninguém consegue entender porque ele não se defende, já que tem a oportunidade de provar que é inocente”, criticou.

O prefeito Alcides Bernal é investigado por suspeita de ter fabricado contratos de emergência para favorecer algumas empresas. Porém, a defesa prefere derrubar a comissão com acusações de que há problemas na composição. No entendimento dos advogados de Bernal, os vereadores que integraram a CPI do Calote: Paulo Siufi (PMDB), Elizeu Dionízio (PSL), Otávio Trad (PTdoB), Chiquinho Telles (PSD) e até o líder dele, Alex do PT, não deveriam ter votado para abertura ou não da comissão.