Mídia Max | 21 de novembro de 2013 - 14:58 campo grande

ÁUDIO: ao telefone, dono da Mega Serv admite que não manda na empresa em MS

A gravação de suposta ligação telefônica aponta que o dono da Mega Serv, Marcos Marini, seria na uma espécie de ‘laranja’ do verdadeiro proprietário da empresa. Na conversa, o dono da Mega Serv afirma que, Ricardo Boschetti seria quem comanda o negócio em Mato Grosso do Sul.

O arquivo do áudio recebido pelo Midiamax já foi encaminhado para perícia especializada. Além disso, uma procuração de 22 de julho de 2013 confirma que Marini deu plenos poderes a Boschetti para gerir e administrar o empreendimento de limpeza. A Mega Serv é uma das empresas beneficiadas com contratação feita pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), que causaram questionamentos e suspeitas na Câmara Municipal.

Tanto a procuração, quanto a gravação, são fortes indícios de que Marini seria um ‘laranja’ da família Medeiros Boschetti, da qual a matriarca, Ignês Medeiros Boschetti, prima de Marcos Antonio Marini, foi secretária de Fazenda na prefeitura de Dourados durante a administração de Ary Artuzi (PDT) e chegou a ser presa na Operação Uragano, em 2010.

Além da mãe, o irmão de Ricardo Boschetti, Rodrigo Boschetti, também foi preso pela Polícia Federal acusado de integrar a quadrilha. Ele figura em um processo criminal de fraudes em licitação.

Na procuração em que Marini dá plenos poderes a Boschetti, o endereço do suposto dono da Mega Serv é de uma casa em Ponta Porã: “Rua Pedro Manvailer, 498, BNH, em Ponta Porã, lote 06, quadra E1”. Contudo, no local reside há vários anos uma senhora idosa. Marcos morou em Ponta Porã, entre 2008 a 2009, quando era funcionário da Bunge.

Já a Mega Serv foi criada em 2009, logo após os primos dele, Ricardo e Rodrigo, assumirem importantes cargos na administração do prefeito Artuzi, que perdeu o cargo por corrupção e deflagrou a maior crise política de MS, envolvendo todos os poderes em suposto esquema de propinas.

Marcos Marini mora, na verdade, em Tangará da Serra (MT), há mais de dois anos. A informação é dita por ele durante a conversa telefônica, na qual afiram estar em MT e que em MS quem mandaria na Mega Serv seria Ricardo Boschetti. No Mato Grosso, Marini toca um restaurante.

Na ligação telefônica, um empresário entra em contato com Marini para tentar fechar um contrato com a Mega Serv. Entretanto, Marini diz que vai pedir que Ricardo fale com ele, uma vez que está no Mato Grosso e cuida da empresa daquele estado. O empresário questiona se o Ricardo seria sócio da empresa, informação confirmada por Marini.

“Também, é, ãhrãm”. Ao perguntar quem decide pela Mega Serv, Marini é claro ao dizer que é Ricardo e que ele cuida apenas da parte do Mato Grosso, ‘entendeu’, pergunta ao empresário. A reportagem tentou entrar em contato com Marini na Mega Serv, contudo a informação foi de que nem ele, nem o chefe depois dele, o 'seo' Ricardo, não estariam na empresa.

A Mega Serv presta serviços à prefeitura de Campo Grande e é uma das principais acusadas no relatório final da CPI da Inadimplência de ter se beneficiado de contratação de emergência, sem licitação, no valor de R$ 4,8 milhões. Além disso, ganhou recente licitação para limpeza de postos de saúde, na qual é acusada pelas concorrentes de oferecer preços de mercado ‘impraticáveis’.

Ouça o áudio: