Uol | 17 de outubro de 2013 - 07:57 Facção criminosa

PCC tentou eleger deputada estadual em São Paulo

Facção também atua em outros ramos para lavar dinheiro, diz Ministério Público

Novas denúncias do Ministério Público revelam a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) em diversos tipos de negócios em São Paulo. Além de usar empresas para lavagem de dinheiro, a facção criminosa já tentou até eleger uma deputada estadual.

Escolas de samba, postos de combustíveis, transporte público e até na política. O maior grupo criminoso do país tenta se infiltrar em diversos segmentos da sociedade. Em uma escuta telefônica obtida pelo Ministério Público um dos líderes da organização conversa com um comparsa sobre a intenção de apoiar uma advogada para tentar se eleger deputada estadual de São Paulo, em 2010.

Roberto Soriano, o Tiriça, pede que seja feito um levantamento de quem tem direito a voto. Pessoas envolvidas com o grupo, como familiares, amigos e simpatizantes. E recomenda a divulgação de um comunicado de conscientização.

O Ministério Público não descobriu o nome da advogada, e se ela conseguiu se candidatar. No mesmo ano, a Polícia Civil prendeu o então candidato a deputado federal Nei Santos, acusado de lavagem de dinheiro do crime organizado. O político, que teria envolvimento com o PCC, acumulou um patrimônio de R$ 100 milhões em poucos anos. No ano passado, ele foi eleito vereador em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, mas teve o mandato cassado há três meses por suspeita de compra de votos.

A nova denúncia mostra que o dinheiro do PCC está sendo usado na aquisição de negócios nos mais diversos ramos. O objetivo é lavar o dinheiro do crime. Foram reunidos documentos que comprovam que a organização criminosa possui empresas de ônibus, de eventos, postos de gasolina e padarias.

São quase 900 páginas, reunidas em três anos de investigação do Ministério Público, que detalham todo o funcionamento da organização. Em outra gravação, criminosos fazem a contabilidade do arsenal da facção.

Em julho de 2011, dois fuzis e três granadas que seriam do PCC foram apreendidos na sede da Unidos do Peruche, na zona norte de São Paulo. Na quadra da escola de samba, a polícia também apreendeu cocaína e uma balança de precisão. Um homem que morava e trabalhava no barracão acabou preso.