IG | 14 de outubro de 2013 - 10:19 dourados

Douradense é eleito o homem gay mais bonito do Brasil

Nos primeiros minutos da madrugada do último sábado, dia 12 de outubro, quinze homens gays, com idades que variavam entre 20 e 35 anos, aguardavam com muita ansiedade um resultado que seria dado em instantes no palco da lendária boate paulistana Blue Space, no bairro paulistano da Barra Funda. Vestidos apenas com uma sunga branca e uma faixa que revelava o estado que representavam, os candidatos exibiam seus músculos e sorrisos na expectativa de saber qual deles venceria o Mister Brasil Diversidade 2013 - o concurso que elege o homossexual mais bonito do Brasil.

Coube a Silvetty Montilla , a drag queen estrela da noite paulistana, a missão de revelar o vencedor e de acabar com a ansiedade dos rapazes. O ganhador foi o representante do Mato Grosso do Sul, o douradense e promotor de vendas Carlos Gabriel, de 21 anos.

“Estou muito feliz e orgulhoso. Ninguém chega a nenhum lugar sozinho, tenho muito a agradecer, especialmente ao apoio do Governo do Mato Grosso do Sul. Agora, vou poder participar dos eventos da comunidade e batalhar pela causa LGBT no meu estado e em todo o País”, declarou Carlos, sem conseguir esconder a emoção. O título lhe valeu o modesto prêmio de R$ 5 mil.

O segundo colocado Thiago Shinayder, 26 anos, representante do Paraná, foi premiado com uma viagem com acompanhante para Buenos Aires. Solteiro, ele foi alvo fácil de uma tirada de Silvetty. “Oi gato, também estou solteira. Não conheço a Argentina, mas tenho uns pesos a mais aqui”, brincou a apresentadora, provocando gargalhadas em toda a plateia.

Jailton Assunção, 35 anos, deu o terceiro lugar para seu estado, o Ceará. Rafael Navarro , 25 anos, candidato do Distrito Federal, foi escolhido o Mister Popularidade, numa votação prévia na internet.

Mas mais do que premiar a beleza masculina, o concurso tem a função de mostrar a diversidade da comunidade LGBT e combater preconceitos, segundo o seu organizador, o produtor Augusto Rossi . “A ideia é trazer visibilidade para a comunidade LGBT, tirar os estereótipos do universo gay”, defende Rossi, que promove o Mister desde 2009.

Rossi lista as características do candidato ideal: “Ele tem que ser comunicativo, participativo e, principalmente, ter coragem. A grande questão aqui é que eles são gays assumidos. E todos sabemos que dar a cara tapa nem sempre é fácil”.

Além das apresentações dos candidatos, o concurso contou com show de drag queens famosas no universo LGBT, como Alexia Twister . A cantora Natalia Damini também se apresentou no evento.

Presente no concurso, o advogado Julio Valcanaia , presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB do Mato Grosso do Sul, prestigiou o evento ao lado do marido e da filha Graça . “Apesar de ser um concurso de beleza, existe o papel político de trazer visibilidade à causa”, observou Valcanaia, celebrando a vitória do representante do seu estado e ressaltando ainda o apoio do governo sul-mato-grossense.

A drag queen Luhly Cow também defende que a beleza não deve ser o único atributo do Mister Diversidade. “Além de bonito, ele tem que ter caráter, algo que anda faltando, vamos combinar”, provocou ela.

Para participar do concurso, os candidatos tiveram que se enquadrar em algumas regras, como a de nunca ter feito nenhum trabalho que envolvesse nudez ou pornografia. Ter ficha criminal ou alguma profissão ligada ao sexo também é terminantemente proibido.

Entre os candidatos, haviam nutricionistas, analistas de sistemas, publicitários, estudantes e educadores físicos. No concurso, eles tiveram que responder perguntas sobre militância LGBT. Aliás, no evento, foi lançada uma campanha pela aprovação da PLC 122, projeto de lei que criminaliza a homofobia.

Na bancada julgadora, estavam o coordenador de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo (Cads) Julian Rodriguez , o joalheiro Abel, o empresário Douglas Drummond e o maquiador e ex- BBB Dicesar Ferreira , conhecido também pelas performances com a drag queen Dimmy Kieer .

O concurso foi financiado pelos próprios participantes, mediante o pagamento da taxa de inscrição, que teve o valor de R$ 500. Também houve o patrocínio de um site de relacionamentos e da própria Blue Space. 10 estados não foram representados Mister Diversidade por falta de apoio financeiro.