Folha | 17 de setembro de 2013 - 13:00

Dilma ignora apelo de Obama e decide cancelar viagem aos EUA

A presidente Dilma Rousseff decidiu hoje que não fará a visita aos EUA que estava programada para o dia 23 de outubro. Segundo assessores do Palácio do Planalto, a informação será divulgada hoje à tarde.

O presidente americano, Barack Obama, telefonou ontem para Dilma na tentativa de evitar o cancelamento da visita de Estado da brasileira no mês que vem. A decisão de cancelar a visita foi antecipada pela Folha, no sábado (14).

No telefonema ontem, a presidente Dilma disse ao colega americano ter dificuldades para manter a viagem marcada para 23 de outubro.

A ida da presidente aos EUA estava em análise após acusações de que ela e a Petrobras foram alvo de espionagem pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), segundo reportagens no programa "Fantástico", da TV Globo, neste mês.

  Pedro Ladeira/Folhapress   A presidente Dilma Rousseff durante reunião com o presidente mundial da Audi AG, Rupler Stadler, no Palácio do Planalto

As revelações partiram de documentos secretos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald com Edward Snowden, ex-técnico da NSA, asilado na Rússia. Os papéis mostraram que a comunicação entre Dilma e assessores foi monitorada pela agência americana.

Uma visita de estado é a categoria diplomática mais alta dada a governantes estrangeiros. Ela inclui elaboradas formalidades, como um jantar de gala, e uma cerimônia militar no momento da chegada. Os EUA têm, normalmente, duas visitas de estado por ano. Neste 2013, Dilma seria a única.

Essa seria a primeira visita de estado de um brasileiro aos EUA em quase duas décadas. O último presidente a receber a honra foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995.

Dilma promete discursar sobre espionagem na abertura da 68º Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realiza na próxima semana, em Nova York.

Visitas de presidentes Brasil-EUA
Dilma Rousseff e Barack Obama se reúnem no Salão Oval da Casa Branca, em abril de 2012