Uol | 5 de setembro de 2013 - 13:48

Médicos de províncias argentinas vêm ao Brasil para ganhar o dobro

O jornal argentino El Clarín publicou nesta quinta-feira (5) reportagem dizendo que graças ao programa Mais Médicos, de Dilma Rousseff, que oferece por volta de 4.200 dólares mensais por 40 horas de trabalho semanais, o dobro pago naquele país, os poucos médicos que atuam em províncias que fazem fronteira com o Brasil estão emigrando para cá.

O artigo diz que a situação é delicada e cita a província de El Soberbio onde dos oito médicos que lá atendiam, três estão vindo para o programa brasileiro. Segundo a publicação, o Secretário de Saúde Pública de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, protestou dizendo "Eles estão levando nossos médicos, independentemente da especialidade, o que é algo que causa grande preocupação".

Ahuad afirmou que conversará com o governador de Misiones, Maurice Closs, para que uma queixa seja formulada ao Brasil, pois os médicos que estão emigrando atuam em áreas semelhantes nas quais atuariam em nosso país, ou seja, onde há falta de profissionais. Segundo o artigo, os hospitais do interior serão os que mais sofrerão com a perda de profissionais.

A reportagem continua mostrando que até agora, só na primeira fase do Mais Médicos, 73 médicos saíram da Argentina. Porém, a publicação diz que isso "é apenas a ponta do iceberg", pois a partir de 13 de setembro será aberta uma segunda chamada. A estimativa é de que mais 20 médicos, que trabalham nas províncias, também irão se inscrever para o programa.

Fechando o artigo, informam que há 1,8 médicos para cada mil habitantes no Brasil contra os 3,2 da Argentina e, como acontece por lá, em algumas regiões brasileiras a quantidade de profissionais, no entanto, é menor que a média nacional e que em cinco Estados brasileiros há menos de um médico para cada mil habitantes.