Uol | 4 de setembro de 2013 - 14:14

Brasil tem maior saída de dólares para o mês de agosto em 15 anos

A diferença entre saída e entrada de dólares no Brasil (chamado fluxo cambial) teve o pior resultado para meses de agosto em 15 anos. No mês, saíram do país US$ 5,850 bilhões a mais do que entraram, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Banco Central (BC).

É o pior desempenho para o mês de agosto desde 1998, quando debandaram US$ 11,786 bilhões, um recorde histórico.

Bolsa e dólar

A saída de recursos no mês passado foi 6,5 vezes superior à registrada um ano antes, quando o deficit havia sido de US $ 896 milhões.

Também é o pior desempenho mensal deste ano, perdendo para dezembro de 2012, quando o fluxo ficou negativo em US$ 6,755 bilhões.

É o terceiro mês seguido em que o resultado do fluxo cambial fica negativo. Desde junho, o país já perdeu US$ 9,933 bilhões, o que reduziu o saldo positivo do ano a US$ 2,238 bilhões. Esse resultado é apenas um décimo do contabilizado no mesmo período do ano passado, quando as sobras de dólares totalizaram US$ 22,989 bilhões.

Em agosto, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) ficou negativo em US$ 3,992 milhões.

O fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) também registrou deficit, de US$ 1,858 bilhão. 

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Financiamentos de prazos mais longos para exportações

As operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) chegaram a US$ 3,136 bilhões. Os pagamentos antecipados ficaram em US$ 4,435 bilhões. Esses valores estão incluídos nas exportações, que totalizaram US$ 17,839 bilhões. As importações ficaram em US$ 19,697 bilhões.

Em julho, o Banco Central eliminou as restrições de prazos para que os exportadores financiem pagamentos antecipados. Antes, os exportadores que quisessem antecipar o recebimento das receitas com as vendas para o exterior podiam pegar empréstimos de até cinco anos. O BC derrubou esse limite, permitindo que financiamentos de prazos mais longos sejam concedidos.

A medida pode ajudar a aumentar a oferta de dólares no mercado, o que pode contribuir para empurrar a cotação para baixo.