29 de junho de 2004 - 13:26

Taxas de investimento e poupança crescem, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB), medido a preços de mercado, do primeiro trimestre de 2004 foi de R$ 387,7 bilhões, sendo R$ 344,3 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 43,5 bilhões a Impostos sobre Produtos, informou o IBGE nesta terça-feira.

As taxas de investimento e de poupança da economia brasileira tiveram forte melhora no primeiro trimestre deste ano, segundo as Contas Nacionais Trimestrais, divugadas hoje de manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de investimento saiu de 18,7% do PIB no primeiro trimestre do ano passado para 19,3% agora. E a taxa de poupança chegou a 23,4% do PIB, contra 21,1% no primeiro trimestre de 2003.

Segundo Carlos Sobral, gerente de Contas Trimestrais do IBGE, o aumento na taxa de investimento é um reflexo da retomada do crescimento. Sobral citou os setores de bens de capital (máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis como exemplos de melhora na atividade econômica. E destacou que a taxa de investimento vem crescendo de forma contínua nos últimos trimestres. Apesar disso, segundo o técnico do IBGE, o atual patamar de investimento (19,3% do PIB) ainda precisa subir para o país alcançar os 3,5% de crescimento econômico previsto para este ano.

- O crescimento de 3,5% embute uma taxa de investimento acima do que ocorreu no primeiro trimestre. Mas o fundamental é que essa taxa está crescendo - afirmou.

No último trimestre do ano passado, a taxa de investimento fora de 18,2% do PIB e a taxa de poupança, de 17,5% do PIB. Mas, segundo Sobral, há um aumento de consumo sazonal no fim do ano, devido ao Natal. Por isso, a poupança tende a ser menor nesse período.

Entre os componentes da demanda, no mesmo período, o Consumo das Famílias totalizou R$ 221,6 bilhões, o Consumo do Governo R$ 64,7 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 74,8 bilhões. A Capacidade de Financiamento da Economia Nacional ficou em R$ 5,2 bilhões no primeiro trimestre de 2004, ou seja, um aumento de R$ 4,7 bilhões se comparado a igual período de 2003 (Capacidade de Financiamento de R$ 0,5 bilhão).

Esse aumento, informou o IBGE, deveu-se, principalmente, ao resultado positivo do Saldo Externo Corrente, que foi de R$ 4,6 bilhões.

A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 15,5 bilhões, pois o Brasil exportou R$ 65,2 bilhões e importou R$ 49,8 bilhões no primeiro trimestre. A Variação de Estoques foi de R$ 11,2 bilhões.

O IBGE informou ainda que no primeiro trimestre de 2004 foram registrados R$ 7,9 bilhões de investimentos estrangeiros diretos, contra R$ 10,7 bilhões no trimestre anterior e 6,9 bilhões primeiro trimestre de 2003.

A captação líquida de recursos do resto do mundo atingiu cerca de R$ 3,7 bilhões no trimestre. No mês de janeiro, com o risco país em torno de 400 pontos, a captação foi maior, principalmente através de emissões, no exterior, de Bônus da República.

"Com a volatilidade do risco país nos meses de fevereiro e março, oscilando em torno de 550 pontos (média), houve redução de captação externa. O primeiro trimestre caracterizou-se ainda pela manutenção da taxa básica de juros em torno de 16,5% ao ano", justificou o IBGE no comunicado divulgado nesta terça-feira.
 
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