16 de julho de 2004 - 15:45

Tom Cavalcante disputa personagens com a Globo

O humorista Tom Cavalcante trocou a Globo pela Record, e, como toda separação não amigável, há disputa em torno dos bens - no caso, os personagens. Pit Bicha, Ribamar e João Canabrava, personagens que deram fama ao humorista, viraram motivo de briga entre ele e a Globo. Em entrevista coletiva na sede da Record, Tom explicou que a quebra do contrato com a Globo motivou um impasse em torno de suas criações.

"Tivemos de dividir os personagens, trouxe para a Record o João Canabrava. A Globo ficou com o Pit Bicha", conta ele. "Já o Ribamar não sei como vai ficar. É muito complicada essa história da criação dos personagens, é uma matéria que deve ser ainda muito discutida, pois não há leis que deixam claro o que é de quem", diz o humorista. Toda essa confusão ganha corpo porque a criação de alguns personagens do humorista foi realizada em parceria com uma equipe de roteiristas da Globo.

"Podem me proibir de usar a caracterização do Pit Bicha, mas o que acontece se eu falar no ar: ´E aí, mano?...´ (faz a voz do personagem). É muito complicada essa questão", diz Tom. "Eu entendo que todos esses personagens estão em mim e eu estou neles", continua. "O caso é que tenho muitas criações que usava só em shows e vou desengavetá-las agora."

Enquanto decide quais personagens pode levar para a Record, o humorista acerta os detalhes de seu novo programa. Será um show de variedades com quadros de humor, musicais, entrevistas, imitações, entre outras coisas. A atração, que deve entrar no ar em setembro, terá 1h15 de duração e irá ao ar de segunda a sexta, às 23 h30. "Farei um tipo de programa que é moda nos Estados Unidos, aquela coisa de showman", diz Tom. "Uma coisa meio David Letterman, só que ele é mais talk show", compara, sem modéstia.

Tom também fará quadros de humor no Domingo Espetacular. "Essa proposta da Record tem tudo a ver com os meus sonhos. Deixei a Globo para poder dar esse passo." Segundo ele, a visibilidade que a Record lhe prometeu foi o que de fato pesou para tirá-lo da concorrência.

 

 

Estadão