30 de dezembro de 2004 - 10:50

Governo articula no Paraguai Festival América do Sul

O secretário de Cultura de Mato Grosso do Sul, Silvio Nucci, e o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Pedro Ortale, cumpriram agenda em Assunção para articular a participação do Paraguai no 2º Festival América do Sul.

Nucci e o diretor-presidente da fundação foram recebidos por Jorge Kadre, secretário de Estado de Cultura da Embaixada do Brasil no Paraguai, que serve como interlocutor do festival com os artistas paraguaios. Kadre e o escritor Miguel Hernandez sugeriram vários nomes para a segunda edição do Festival América do Sul.

Um dos prováveis homenageados do evento em 2005 deve ser o músico, compositor e maestro Augustín Barrios, um dos maiores violonistas do mundo. Barrios nasceu em 5 de maio de 1885, em San Juan Bautista, Paraguai. Em 1916 e 1918, veio ao Brasil para uma série de apresentações. O instrumentista ficou conhecido por não raramente se apresentar vestido de índio em seus recitais.

Sua obra violonística é imensa, tendo gravado mais de 30 discos. Recentemente boa parte de suas composições foi registrada em disco pelo violonista inglês John Williams. Barrios morreu em 17 de agosto de 1944, em San Salvador.

O 2º Festival América do Sul também deve contar com uma exposição do artista plástico Lívio Abramo. Natural de Araraquara, interior de São Paulo, mudou-se para Assunção no final da década de 50 e já levantava a bandeira da integração entre os povos da América do Sul. Lívio faleceu em 1992, em Assunção, e é considerado um dos mestres da gravura moderna no continente.

Na área musical, uma das atrações cotadas para se apresentar em Corumbá é a orquestra comandada pelo saxofonista e maestro Palito Miranda. O músico paraguaio é professor da Escola de Música de Tatuí, em São Paulo, e responsável pelo Conservatório de Folclore Nacional do Paraguai. Silvio Nucci e Pedro Ortale também se reuniram com o produtor Willy Suchar, diretor da Kamikaze Records. A gravadora conta com várias de bandas e cantores paraguaios, incluindo o grupo Paiko, que esteve na primeira edição do Festival América do Sul. Willy também sugeriu alguns artistas de sua gravadora para o evento, como o cantor Hugo Ferreira, por exemplo.

O secretário de cultura e diretor-presidente da Fundação aproveitaram a estada em Assunção para visitar Augusto Roa Bastos. Na ocasião, foi entregue um troféu alusivo ao primeiro Festival América do Sul, quando Roa Bastos foi um dos oito homenageados do evento. O renomado escritor paraguaio vai endossar a campanha levantada pelo Festival América do Sul para que as escolas públicas do Brasil também ensinem o idioma espanhol aos alunos.

Para Silvio Nucci, os contatos realizados no Paraguai foram importantes para aumentar o envolvimento dos países vizinhos com a programação do Festival América do Sul. O secretário também assistiu à apresentação do grupo Olho de Gato e do cantor Rodrigo Teixeira no festival Gira Palermo, em Assunção. Os músicos de Campo Grande foram convidados pelo empresário Willy Suchar para tocar no Paraguai após se conhecerem no festival em Corumbá.

“Constatamos que o Festival América do Sul já é conhecido pelas autoridades paraguaias, o que mostra a grandeza e a importância do evento. Os músicos do Mato Grosso do Sul também tiveram uma boa recepção da platéia e da mídia paraguaia e este intercâmbio é resultado do festival. Temos que continuar”, enfatiza Silvio.

Pedro Ortale ressalta que escutou várias sugestões interessantes em Assunção que serão utilizadas tanto na programação do Festival América do Sul como em projetos comandados pela Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul. “Vamos realizar no festival um grande debate com autoridades e intelectuais do Paraguai, Argentina e Brasil para formar um corredor cultural unindo os três países, ligando cidades como Assunção, Corrientes e Campo Grande. A embaixada brasileira no Paraguai também está interessada em fazer intercâmbio específico entre artistas de Assunção e Campo Grande e realizar shows em um teatro para 300 lugares. Agora é colocar as idéias em prática para que o Festival se torne sinônimo de integração sul-americana”, afirma Ortale.
 
 
APn