15 de julho de 2004 - 15:02

Identificada a nova doença que ataca os pomares paulistas

O Centro de Citricultura Sylvio Moreira, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, informou ontem que o greening asiático é o causador da nova doença nos pomares citrícolas comerciais paulistas. A praga é originária na China e praticamente inviabilizou pomares comerciais daquele país, espalhando-se em seguida por países orientais.

O Fundo de Desenvolvimento da Citricultura (Fundecitrus) comunicou que hoje se manifestará sobre o assunto. Técnicos do Centro de Citricultura, liderados pelo diretor Marcos Antônio Machado, analisaram amostras de plantas contaminadas e concluiram se tratar da doença, causada pela bactéria Candidatus liberibacter asiaticum, que ataca o sistema vascular da planta (neste caso o floema - artérias responsáveis por carregar os nutrientes). O vetor da doença é um psilídeo da espécie Diaphorina citri, inseto comum nos pomares que suga o floema da planta onde fica a bactéria.

Segundo a Secretaria da Agricultura, esse vetor é endêmico no estado de São Paulo desde a década de 60. Para Machado, existe outra variedade de greening encontrado na África, o Candidatus liberibacter africanum. Nos dois casos, a doença é considerada uma praga quarentenária A1, isto é, inexistente até então no Brasil. "É uma doença da copa, assim como a CVC, e que portanto ataca todos as espécies de árvores", afirma.

Para avaliar a amplitude da doença e sua evolução, o secretário de Agricultura, Duarte Nogueira, determinou que a Defesa Agropecuária, junto com o setor produtivo e o Fundecitrus, iniciem um levantamento das áreas afetadas, já que as primeiras árvores contaminadas foram detectadas em 11 municípios da região Centro-Sul paulista. "Temos de determinar onde a doença está para depois calcularmos o prejuízo e as medidas a serem tomadas" afirmou o secretário.

A doença afeta o crescimento do fruto, que apresenta deformação comprometendo a columela (porção central branca do fruto) e cai com facilidade, afetando a produção. "É uma ocorrência nova nos nossos laranjais, mas estamos certos de que, a exemplo de outras doenças, seremos capazes de superá-la, em trabalho conjunto do setor produtivo e do governo do Estado", disse Nogueira.
 
 
Agência Brasil