29 de dezembro de 2004 - 13:09

Mortos em terromoto podem chegar a 100 mil na Ásia

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho estima que os mortos em decorrência do terremoto e maremoto ocorridos, no domingo, na Ásia, podem chegar a 100 mil quando as cifras de vítimas das ilhas Andaman e Nicobar, na Índia, forem conhecidas. A Cruz Vermelha estima que neste momento existam 77.828 mortos.

Muitos dos que escaparam da morte enfrentam agora a luta pela sobrevivência contra a fome e as doenças. David Nabarro, chefe da equipe de crises de saúde da ONU, disse que até cinco milhões de pessoas não têm acesso ao essencial para sobreviver. A Organização mobilizou o que está sendo classificada como a maior operação de ajuda de sua história.

Uma tsunami foi gerada no domingo por um terremoto de magnitude 9,0, o maior do mundo em 40 anos, perto da ilha de Sumatra, na Indonésia. Cientistas dos EUA afirmaram que o tremor movimentou placas tectônicas abaixo do oceano Índico em até 30 metros, o que levou a uma oscilação do eixo da Terra e a um encurtamento permanente dos dias em uma fração de segundo.

A Indonésia tem o maior número de vítimas, com 36.268 mortos registrados até agora, embora o número possa subir para até 80 mil apenas em Aceh, a província mais próxima ao epicentro do terremoto, alertou uma autoridade da ONU.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, mencionou "histórias assustadoras" vindas de partes distantes da província. O mau cheiro dos corpos em decomposição se espalha por toda a capital provincial, Banda Aceh, e os suprimentos de água potável, alimentos e combustível estão acabando. Muitos na cidade temem novos terremotos e uma tsunami, e as estradas estão lotadas de pessoas indo embora.

Com cidades devastadas e as comunicações abaladas, os sobreviventes terão uma difícil batalha por comida e água potável pela frente. Monges budistas distribuem arroz e curry para vítimas no Sri Lanka, e aeronaves lançam suprimentos em cidades isoladas da Indonésia. O Programa Mundial de Alimentos também envia alimentos para o Sri Lanka, e a Cruz Vermelha mobilizou equipes de saneamento para os dois países.

A Munich Re, a maior seguradora do mundo, estima que o custo da destruição ultrapasse os US$ 13 bilhões.

No Vaticano, o papa João Paulo II apelou ao mundo por generosidade com os sobreviventes. "No espírito de Natal desses dias, convido a todos os fiéis e homens de boa vontade para contribuir generosamente com esse grande esforço de solidariedade", disse ele.

Site localiza desaparecidos
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) lançou hoje um site na internet para permitir que as pessoas tenham informação sobre seus parentes que sobreviveram ao maremoto. Quem quiser saber sobre o paradeiro de alguém na região, basta digitar o nome da pessoa em questão no site http://www.familylinks.icrc.org.

 

 

Terra Redação