Depois de passar uma semana em que viu a Fifa enfrentar diversas denúncias e ter de superar as ameaças de suspensão da eleição, o presidente Joseph Blatter conseguiu confirmar o seu quarto mandato à frente da instituição, permanecendo mais quatro anos à frente da entidade máxima de futebol. Blatter, candidato único, recebeu 186 votos a favor contra apenas 17 bracos/nulos e mais três que não votaram.

Blatter, que durante todo o dia comandou o 61º Congresso da Fifa, se retirou do auditório, onde está sendo realizado o evento em Zurique, dez minutos antes do início da votação. Antes de sair, o suíço foi aplaudido pelos membros da Fifa que votaram por sua permanência.

"Teria direito a fazer um discurso, mas prefiro acreditar na confiança de vocês". O mandatário da Fifa chega a sua quarta gestão com uma crise maior do que viu em todos estes 13 anos à frente da entidade. Com denúncias que pipocaram, desde dezembro do ano passado, com suspeita de compra de votos das Copas do Mundo de 2018 e 2022, Blatter disse durante todo o dia que o momento é de mudanças drásticas dentro da entidade.

"Digo que o momento é de tolerância zero e quando falo em tolerância zero não serve apenas para o meu vizinho, para o meu oponente, para o árbitro de futebol. Serve para todos nós. Este jogo pertence a todos", disse Blatter, minutos antes da votação.

Mais cedo, Blatter deixou claro que existe grande possibilidade de mudança nas escolhas de sede das Copas do Mundo. A medida visa acabar com casos de corrupção, como os que foram denunciados pela imprensa mundial. Ao invés de apenas os 22 membros do comitê executivo da Fifa terem direito a voto, o suíço sugere que esta responsabilidade seja aberta para as 208 associações ligadas à entidade.

"É justo que esta responsabilidade recaia sobre o comitê executivo? Se fala de dar mais poder às associações nacionais, quero que no futuro o congresso da Fifa decida. O comitê executivo vai elaborar uma lista de candidatos, entre os quais o congresso decidirá", disse Blatter, sendo aplaudido com entusiasmo pelos delegados das associações nacionais que estavam na platéia. "Vamos conseguir", completou o dirigente.