Dourados Agora | 30 de maio de 2011 - 08:01 ECONOMIA

Calote no comércio de Dourados ronda os R$ 17 milhões

A dívida do consumidor já chega a R$ 16.683.100,66

Hedio Fazan

 

A dívida do consumidor douradense com o comércio já chega a R$ 16.683.100,66. O valor consta no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e indica o volume da dívida acumulada somente nos últimos cinco anos – após este período, a dívida prescreve e o nome do cliente sai automaticamente do sistema. O SCPC é uma das principais ferramentas utilizadas pelos lojistas como proteção contra os maus pagadores. Somente no mês passado, foram 45,4 mil consultas ao sistema. No entanto, nem mesmo este recurso é suficiente para proteger os lojistas – segundo dados do Sindicom, pelo menos 5% das vendas resultam em inadimplência.

Os dados do SCPC em Dourados foram fornecidos pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced). De acordo com o serviço, 37.215 clientes têm o nome negativado em Dourados, somando um total de 57 mil débitos (já que um mesmo cliente pode ter débito em várias lojas).

De acordo com a Aced, o volume da dívida é o acumulado somente dos últimos cinco anos, já que após este período a dívida prescreve e o nome é excluído da lista de inadimplentes. No entanto, mesmo com o nome ‘limpo’, a dívida do cliente com a loja permanece, até que seja feito o pagamento. A mesma regra também vale para o Serasa, que registra as dívidas com bancos e instituições financeiras. A Aced oferece consulta dos clientes aos dois sistemas de proteção – no caso da Aced, a consulta é gratuita. Se o cliente precisar de uma certidão negativa de SCPC, o custo é de R$ 6. Já a consulta ao Serasa custa R$ 10.

Inadimplência

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Otávio Benites, diz que o problema da inadimplência está ligado ao endividamento do brasileiro, devido ao acesso muito fácil ao crédito e falta de planejamento administrativo. “O cartão de crédito pode ser um vilão porque facilita a aquisição mas, se mal administrado, pode virar uma bola de neve”, afirma. Segundo o dirigente, sistemas como SCPC e Serasa são ferramentas imprescindíveis ao lojista ao fazer a análise de crédito do cliente. “É muito importante vender, mas mais importante ainda é receber”, diz ele.

A CDL orienta que os lojistas utilizem estas ferramentas de consulta ao realizar uma venda a prazo e que também negativem o nome do cliente em caso de inadimplência. “Assim, o cliente mal pagador passa a ser vigiado por milhões de lojistas de todo o país”, acrescenta. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (Sindicom), Valter Castro, comenta que pelo menos 5% das vendas, especialmente no varejo, resultam em inadimplência. Por isto, ele defende as consultas a estes cadastros para verificar a idoneidade do cliente. “Pelo menos 5% das vendas dão problema. Portanto, o lojista precisa se proteger de alguma forma”, opina.

SCPC

Quem não paga uma dívida com o comércio ou instituições financeiras têm o nome negativado no SCPC e Serasa. Esta inclusão traz como principal consequência a restrição no acesso ao crédito, seja no comércio, operadoras de cartão de crédito, financiamentos bancários e até operadoras de telefonia. Quem tem o nome negativado não consegue nem mesmo abrir uma conta em uma agência bancária. “A inclusão nestes cadastros fecha as portas para o cliente viver sua vida com normalidade”, diz Otávio Benites, presidente da CDL.