20 de dezembro de 2004 - 10:07

Artigo Vandalismo: Uma coisa séria! de Demerval Nogueira

Vandalismo: Uma coisa séria!

 

 

Demerval Nogueira (*)

 

O ato de atrocidades praticados contra o patrimônio público pelos vândalos é uma coisa inacreditável! Bandos de asseclas detonam sem piedade tudo aquilo que é construído com recursos dos cofres públicos. Um exemplo desse vandalismo desenfreado é a cidade de Glória de Dourados. O município tem quatro praças, Castelo Branco, Pedro Pedrossian e Caio Vinícius Kintschev da Silva localizada no Conjunto Habitacional – BNH, Vila Industrial, além da praça do Defap, localizada no âmago do Parque de Exposição Manoel Alves de Azevedo, sendo que, todas já receberam as “famosas visitas indesejadas”.

O vandalismo noturno e até mesmo à luz do dia no corriqueiro cotidiano é praticado pelos “Bins Ladens” da vida, que não pensam duas vezes para “bombardear” o patrimônio construído e colocado à disposição da população. O Exemplo de Glória de Dourados é catastrófico, são bancos quebrados, arbustos arrancados ou quebrados, “Branca de Neve e os Sete Anões” foram todos esbagaçados, imagens de santo que estavam na “Capela Gruta” foram quebradas, fonte luminosa parcialmente destruída, brinquedos do parque de diversões danificados, luzes quebradas, flores arrancadas além de outros adornos que geralmente são colocados em praça pública para enfeitá-la. Na Praça Castelo Branco, no centro da cidade, nem o casal de “Veado Galheiro” sobreviveu aos ataques dos depredadores.

O grande compositor e cantor, Caetano Veloso afirma em uma de suas centenas de músicas que, “(...) a Praça Castro Alves é do Povo, como o céu é do avião (...)”. Todas as praças são construídas com a finalidade de servirem como ponto de encontro de pessoas civilizadas dialogarem, se desfazerem da ociosidade oferecida pelo tempo, curtir o lazer noturno e também os finais de semanas com os amigos, filhos e família, além, é lógico, do embelezamento da cidade.

Você já viu cidade sem praça? Até nos pequenos distritos os administradores constroem praças. É preciso que todos tenham plena consciência dos valores dos bens públicos. É obrigação de todas as pessoas cuidarem do patrimônio público porque, destruí-lo, é como destruir nossa própria casa, afinal vivemos em comunidade onde todos somos “irmãos” e temos que ter no mínimo um certo grau de civilização e uma ampla visão desta consciência e obrigatoriedade. Os logradouros públicos, ruas, avenidas, edificações, praças, são construídos com os parcos recursos que cada município arrecada através de impostos. Imposto que eu pago, você paga, todos (?) pagam e que é revertidos em educação, saúde, promoção, obras, lazer, etc., em prol dos munícipes.

Vamos cuidar do nosso patrimônio e denunciar os malfeitores que depredam, destroem, produzem malefícios e geram prejuízos à comunidade e, por conseguinte, ao erário. Não adianta alguns ficarem criticando vereadores ou prefeitos, afirmando que foram eleitos para reivindicar, buscar recursos e produzir melhorias à nossa terra e nossa gente. Nós temos a obrigatoriedade de escolhermos os nossos legisladores e administradores, porém, eles não são as “sentinelas” incansáveis do cotidiano, nem os “salvadores da pátria” para ficarem sempre projetando melhorias e construindo e reconstruindo obras que foram “detonadas” por aqueles que promovem a desordem e o “quebra-quebra”. Temos que reivindicarmos nossos direitos de cidadãos e cidadãs, mas, é necessário que cumpramos também com nossas obrigações de sempre promovermos a ordem pública.

Todo cidadão de bem, não gosta de ver o seu patrimônio particular ou público que é de todos, sendo acintosamente destruído. Vamos procurar entender e cuidar daquilo que é nosso, da nossa família, da nossa comunidade em geral. Vandalismo é crime, e como tal, deve ser tratado.

 

(*) Radialista e articulista.