Jogador mais famoso e consagrado em atividade no país, Ronaldinho vai ter um desafio particular no Campeonato Brasileiro: convencer fora e dentro de campo.

Depois da festa da sua chegada ao Flamengo, o meia-atacante começa a ser contestado por torcedores. Dentro de campo, ele ainda não conseguiu repetir as boas atuações que encantaram o mundo pelo Barcelona.

Na última partida no Rio, Ronaldinho foi vaiado pela torcida durante a derrota para o Ceará, por 2 a 1, no Engenhão, pela Copa do Brasil. Foi um sinal que a lua de mel com os torcedores acabou.

Fora de campo, ele ainda não deu o lucro esperado pelo Flamengo. Quatro meses depois da contratação do jogador, a diretoria carioca não conseguiu vender o principal patrocínio da camisa, que estava estipulado em R$ 30 milhões, mas o valor deve cair.

No começo do ano, a diretoria acreditava que a nova parceira seria apresentada em fevereiro. Hoje, o clube já desenvolve estratégia alternativa para conseguir parceiros: vai negociar o calção e a barra da camisa.

Com a venda desses espaços e os dois patrocínios já existentes (no ombro e no número), eles esperam igualar o valor estipulado para o patrocínio principal.

"É evidente que o Ronaldinho é um bom negócio, mas sempre podemos melhorar. É isso que estamos fazendo com o marketing", disse o vice-presidente de marketing, Henrique Brandão.

Mais cara contratação da história do Flamengo, Ronaldinho, 31, deve embolsar cerca de R$ 100 milhões nos quatro anos de contrato.

Além de receber R$ 72 milhões em salários até o fim de 2014, o meia lucrará com os patrocínios que o clube firmar no período. "Financeiramente, os números não são tão fortes ainda. No entanto, a contratação valeu a pena", disse Brandão.

"Já vencemos o Estadual, nosso torcedor resgatou a auto-estima, ganhamos novos fãs e seremos sempre favoritos em todos os títulos que vamos disputar", acrescentou o responsável pelo marketing do clube.

O técnico Vanderlei Luxemburgo acredita que o jogador poderá ser um dos destaques do Brasileiro.

"Nós estamos cobrando, temos de vê-lo atuar como atuava no Barcelona. Não é assim. Ele vai ter de se ajustar com uma outra posição. Vai continuar talentoso, da forma que é, mas ele vive outro momento de sua carreira", disse o treinador.