O secretário de Transportes francês, Thierry Mariani, afirmou nesta quinta-feira que em junho será possível conhecer o resultado da análise das caixas-pretas do Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009, quando cumpria a rota Rio de Janeiro-Paris.

Em entrevista à rádio France Info, Mariani disse que não pode dar um diagnóstico "final" sobre as causas do acidente, que matou 228 pessoas, até que tenha sido analisado o conjunto dos parâmetros.

Mariani argumentou que há centenas de parâmetros técnicos, e embora a imensa maioria já tenha sido examinada, as conclusões sobre a tragédia só poderão ser apresentadas quando todos tiverem sido avaliados. Conforme o secretário, tanto a Airbus como a Air France têm interesse em conhecer os resultados da investigação.

"Disfunções" - Uma primeira leitura das caixas-pretas indicou que "não houve uma disfunção maior" da aeronave da Airbus, o que não significa que não tenham ocorrido "disfunções menos importantes", segundo afirmou na quarta-feira o diretor do Bureau de Investigações e Análises (BEA), organismo francês encarregado de esclarecer as causas da tragédia, Alain Bouillard.

No dia anterior, reportagem do jornal Le Figaro causou revolta entre familiares das vítimas ao indicar que esta primeira leitura pode eximir a fabricante Air France e culpar os pilotos pelo desastre. A BEA nega categoricamente esta conclusão.