Terra | 18 de maio de 2011 - 15:33

Endividamento das famílias sobe a 64% em maio, diz pesquisa

O percentual de famílias brasileiras que dizem ter dívidas subiu de 62,6% em abril para 64,2% em maio, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgada nesta quarta-feira. Em maio de 2010, o levantamento apontou 58,7% de famílias endividadas.

Além disso, o número de famílias que afirmam não ter como pagar seus compromissos aumentou para 8,6% do total, ante 7,8% no mês passado. O aumento no percentual de famílias endividadas foi maior para aquelas com ganhos acima de dez salários mínimos, de 52,9% para 57,7%. Já as que têm renda mensal inferior a dez salários apresentaram alta de 64,4% em abril para 65,2% em maio.

De acordo com a CNC, tanto o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso e que não terão condições de pagar seus débitos estão no patamar mais elevado do ano de 2011 sem, contudo, superar os níveis observados em 2010 para o mês de maio. No entanto, a entidade vê a alta da inadimplência como "moderada".

"O crescimento dos empréstimos em ritmo mais rápido do que o da renda, o aumento do custo do crédito e o espaço reduzido para elevações nos prazos de financiamento estão levando a um maior comprometimento da renda das famílias brasileiras com dívidas. Esse fato, somado à elevação do custo de vida, sugerem uma elevação da inadimplência nos próximos meses", afirmou a CNC em nota.

Nível
Segundo a pesquisa, 17,5% das famílias disseram estar "muito endividadas", percentual acima do registrado em abril (15,7%) e também de maio de 2010 (13,7%). O tempo médio de comprometimento com dívidas também piorou. "Dentre as famílias endividadas, elevou-se de 6,6 meses para 6,8 meses, na comparação anual, sendo que 27,9% das famílias endividadas estão comprometidas com dívidas até três meses e 29,8% por mais de um ano."

Tipos
As despesas com cartão de crédito são o maior problema das famílias brasileiras. De acordo com a CNC, 71% dos pesquisados têm dívidas no cartão de crédito, em todos os tipos de renda. Para as famílias que ganham mais de dez salários mínimos, o segundo maior problema é o financiamento do automóvel, enquanto para as que têm renda menor é o pagamento de carnês.