R7 | 11 de maio de 2011 - 07:02 RIO DE JANEIRO

Cristo Redentor ficará amarelo em apoio à campanha da ONU no trânsito

O Cristo Redentor, a Torre Eiffel em Paris e outros pontos serão iluminados

Divulgação

A ONU (Organização das Nações Unidas) lança nesta quarta-feira (11) uma campanha mundial para redução do número de vítimas no trânsito. A ação ocorre em favor das ações propostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde). De acordo com a OMS, o trânsito mata, por ano, 1,3 milhão de pessoas e deixa cerca de 50 milhões de feridos em todo o mundo.

No Brasil, o lançamento ocorrerá às 18h, no Rio de Janeiro, quando o monumento do Cristo Redentor, na zona sul da cidade, será iluminado de amarelo, cor de algumas placas do trânsito. O consultor da OMS no Brasil para a área de traumato-ortopedia, Marcos Musafir, fala que não só o Rio terá um ato contra a violência no trânsito, mas outros pontos turísticos do mundo inteiro.

- É exatamente para celebrar esse lançamento mundial que o Cristo Redentor, a Torre Eiffel em Paris, a Muralha da China, Times Square em Nova Iorque e outros pontos do mundo vão ficar iluminados de amarelo.

Ele explica a importância da próxima década, que tem como objetivo diminuir pela metade o número das vítimas.

- Os números de vítimas não estão caindo. Por isso, a OMS sensibilizou a ONU que, em março, definiu em assembleia geral, que o período entre 2011 e 2020 foi batizado 'Década de Ações para Redução de Traumas no Trânsito'.

Com base nessas diretrizes gerais, cada país poderá criar suas ações e aprimorar o ambiente do trânsito, de modo a deixá-lo mais seguro e mais saudável. Pesquisa feita pela OMS em 178 países, com base em dados de 2008, mostrou que mais de 90% das mortes decorrentes de acidentes no trânsito são registradas em países de baixo ou médio desenvolvimento e que metade dessas vítimas são pedestres, ciclistas ou motociclistas. Essa proporção é ainda maior nas economias mais pobres, segundo o estudo.

Musafir informou que o Brasil, Rússia, Índia e China estão entre os oito países que mais registram mortes no trânsito em todo o mundo. O Brasil ocupa a oitava posição nessa lista. Segundo o ortopedista, ainda há o que melhorar nos próprios condutores.

- Porque ainda há uma certa negligência, uma certa displicência no cumprimento do Código de Trânsito. Não há respeito à velocidade, ainda se usa álcool e drogas e se dirige, não se usa totalmente o cinto de segurança, não há uma fiscalização muito efetiva.

Para ele, há uma grande parcela de responsabilidade do Poder Público.

- Se o Estado não der condições de locomoção adequada para a população, não pode cobrar multa ou pegar o dinheiro da multa e não utilizar de volta no trânsito.

Essa é uma das recomendações da ONU, para que haja atenção na aplicação dos recursos advindos do trânsito, entre os quais, impostos sobre venda de carros, combustíveis e peças, além dos tributos sobre propriedade de veículos, as multas e as taxas de seguros.

A OMS prevê que em 2030 os traumatismos por acidentes de trânsito passarão a ser a quinta causa principal de mortalidade no mundo. Em 2004, eles ocupavam a nona posição no ranking.