Folha Uol | 29 de abril de 2011 - 09:26

Mãe diz que confundiu bebê jogado em lixo com sangue

Em depoimento à polícia nesta quinta-feira, a mulher de 20 anos que deu à luz no banheiro de um hospital em Jundiaí (58 km de São Paulo) e jogou o bebê no lixo disse que não sabia que estava grávida e que, quando viu uma "bolsa arroxeada", jogou no lixo pensando em se tratar de sangue menstrual.

O caso ocorreu na última terça-feira (26). Durante atendimento médico, a jovem pediu para usar o banheiro, e o bebê foi encontrado no lixo por funcionários.

Segundo a assessoria do Hospital Dr. Paulo Sacramento, o menino nasceu após 34 semanas de gestação, tem cerca de 1,5 kg e permanece internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neonatal. E

le respira com a ajuda de aparelhos e seu estado é considerado grave.

O delegado Antônio Dota Júnior, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Jundiaí disse que a mulher contou que menstruou normalmente durante a gravidez e que procurou o hospital por sentir fortes cólicas menstruais.

"Ela disse que sentiu vontade de evacuar durante o atendimento, provavelmente já estava em trabalho de parto, e pediu para ir ao banheiro.

Ao sentar, ela disse que percebeu que saiu uma bolsa arroxeada, que ela pensou ser conteúdo de sangue menstrual por jamais imaginar estar grávida.

Ela jogou essa bolsa no lixo e voltou para o atendimento. Ela tomou soro e, como as dores passaram, ela foi liberada", afirmou o delegado.

Os pais da jovem a acompanharam durante o depoimento. Segundo o delegado, a mãe disse ter boa relação com a filha e que ela realmente não sabia que estava grávida.

A avó do bebê também falou que não notou diferença de peso e nas roupas da filha.

"Elas questionaram que se houvesse qualidade de atendimento ginecológico, se o médico a examinasse detalhadamente com facilidade iria detectar que aquela cólica não era menstrual e, sim, trabalho de parto.

A mãe da jovem também disse que se a filha tivesse contado que estava grávida, ela teria o apoio da família, mas que ela não sabia da gravidez", disse Dota Júnior.

O delegado afirmou que notificou o hospital e que vai pedir a ficha de atendimento da jovem, que não soube informar o nome do médico que fez o atendimento.

"Essa conduta [de abandono] que ela alega não prevê indiciamento, por enquanto, e a pena seria de no máximo dois anos.

Se no decorrer da investigação for comprovado legalmente por laudos que houve lesão grave decorrente do abandono, a pena passa para três anos, aí cabe indiciamento", explicou o delegado

A assessoria do hospital informou que a jovem que está acima do peso-- reclamou de cólica menstrual e disse ao médico ser virgem.

E que, logo após sair do banheiro, pediu para ser dispensada