Assessoria | 12 de abril de 2011 - 15:03

Tetila quer criar o Dia da Paz em Mato Grosso do Sul

“Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo”

Infelizmente, há muito, os dias têm se transformado em terças-feiras cinzentas. Nas manchetes de jornais, a triste constatação: adolescentes assassinados dentro de salas de aula, seqüestros, assaltos, guerras, acidentes de trânsito com vítimas fatais...

O decreto do poeta Thiago de Mello, em seu Estatuto do Homem, não tem conseguido sensibilizar os corações e o que se vê, diariamente, é o aumento da violência.

Para tentar reverter a triste realidade, o deputado Laerte Tetila está propondo a criação do Dia da Paz em Mato Grosso do Sul, que seria comemorado no dia 21 de setembro, junto com o Dia da Árvore e o Dia Internacional da Paz.

“A violência tem chegado a lugares que, antes, eram considerados seguros, como a escola; o que aconteceu no Rio de Janeiro deve servir de alerta para que possamos refletir e tentar mudar a situação”, afirma o petista Tetila.

De acordo com o seu projeto de lei, que será apresentado na sessão de amanhã da Assembleia Legislativa, no Dia da Paz serão promovidas atividades artísticas, científicas, culturais, esportivas, religiosas, que têm como objetivo mostrar as consequências positivas que a paz e a conciliação trazem para a sociedade. O projeto conta com o apoio do Círculo Universal dos Embaixadores pela Paz, cuja sede fica em Genebra, na Suíca. Quem garante é a embaixadora do Círculo em Mato Grosso do Sul, advogada Delasnieves Miranda Daspet de Souza. “Porque a paz deve ser uma busca diária”, ela afirmou, logo após encontro com o deputado Tetila, na semana passada.

O projeto prevê, também, a instituição do Prêmio Paz e Cultura, que será concedido a um cidadão ou entidade que tenha contribuído para a Cultura da Paz; e a adoção da Bandeira da Paz, criada pelo artista russo Nicholas Röerich.

Argumenta Tetila que a bandeira é um dos mais conhecidos símbolos da paz e da cultura, que apresenta três esferas rodeadas por um círculo na cor vermelha escura sobre um fundo branco.

O deputado diz que, além da instituição do Dia da Cultura da Paz, a intenção do seu projeto é realizar ações práticas, como, por exemplo, implantar até 2020 o estudo da Paz no currículo escolar em pelo menos 80% das instituições de ensino do Estado; implantar nas cidades onde tenha o Movimento Pela Paz e Não Violência a campanha de desarmamento; além de cursos, caminhadas, e outros eventos que divulguem a paz.

Segundo Tetila, embora pouco conhecido, o Dia Internacional da Paz foi instituído pela Assembleia
Geral das Nações Unidas (ONU) e é comemorado no dia 21 de setembro, época em que ocorre a abertura da sessão ordinária da Assembleia Geral.

Nesse dia, deve-se praticar a tolerância e a convivência em paz como bons vizinhos, além de se respeitar o cessar-fogo e a não violência em todo o mundo. Assegura o deputado que o Dia Internacional da Paz foi instituído não apenas para que as pessoas pensem na paz, mas que façam também algo a favor da paz.

“Fiquei consternado com a morte e o ferimento a bala das crianças na escola carioca; poderia ser meu neto uma das vítimas e, assim como a nossa presidenta Dilma, chorei a dor daquelas famílias”, ressaltou Tetila. “Queremos, com o Dia Estadual da Cultura da Paz, mostrar que ainda é possivel mudar. Queremos mostrar para os jovens que ainda é possivel acreditar e lutar pela paz e pela vida; não podemos deixar que a tragédia se repita”, conclama Tetila, ao citar mais um trecho da poesia de Thiago de Melo: “Fica decretado que agora vale a verdade./Agora vale a vida, / e de mãos dadas,/ marcharemos todos pela vida verdadeira”.

Geólogo, professor universitário aposentado, o deputado Laerte Tetila faz questão de dizer que dedica a instituição do Dia da Paz a Geraldo Garcia, o militante do diálogo. Fundador do PT, sul-mato-grossense de Bela Vista, Garcia se foi ainda jovem-moço, aos 36 anos de idade, em 1998, num acidente de carro em Roraima.