| 7 de abril de 2011 - 07:54

Médicos diminuem valor das consultas para atrair clientes

Para não perderem clientes, e incentivar as consultas fora do plano de saúde os médicos de Mato Grosso do Sul prometem baixar os preços das particulares. Outra parte dos profissionais estão fazendo restrição no atendimento aos usuários dos planos de saúde e darão início a paralisação, amanhã. Os atendimentos pelos convênios serão atendidos em caso de urgência ou emergência.

Nesta quinta-feira os atendimentos aos planos de saúde páram. Os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data e todos os casos de urgência e emergência receberão a devida assistência. O protesto acontece pela defesa da saúde suplementar, pela prática segura e eficaz da medicina, e especialmente por mais qualidade na assistência prestada aos cidadãos.

No Estado, o ato está sendo organizado pelo SinMed-MS (Sindicato dos Médicos), CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) e AMMS (Associação Médica). Segundo o presidente do sindicato, Marco Antônio Leite, é preciso agir contra o tratamento desrespeitoso dos planos de saúde com os médicos e pacientes. “Não podemos mais aceitar a forma com que a saúde suplementar vem sendo conduzida. Dia sete acontece o primeiro ato de paralisação e se for preciso faremos outras até que as condições atuais se revertam”, protesta o presidente.

Para o presidente do CRM-MS, Juberty Antônio de Souza, as entidades médicas estão convictas de que é preciso mobilizar toda a sociedade para a campanha, pois a população e os médicos são os maiores prejudicados com a forma em que está sendo conduzida a política dos planos de saúde. Atualmente, as operadoras intervêm de forma direta no trabalho médico, criando barreiras para o pedido de exames e internações, solicitando antecipação de altas e transferência de pacientes, entre outras ações prejudiciais à qualidade no atendimento e tratamento.

Outro motivo da paralisação é em relação aos honorários médicos, pois nos últimos dez anos os repasses foram irrisórios, enquanto as operadoras aumentaram o valor da mensalidade para o cliente com porcentagens acima da inflação. “Hoje em dia montar clínica fica praticamente inviável para o profissional, os custos são altíssimos o retorno é pouco e o desgaste físico e mental se torna cada vez mais frequente”, explica o presidente do SinMed-MS.