Agência Brasil | 6 de abril de 2011 - 14:54

Número de homossexuais assassinados no Brasil é “absurdo”

De acordo com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, o número de homossexuais assassinados todos os anos no Brasil é “absurdo”.

Segundo a ministra, a intenção do governo é reduzir o número de casos até a segunda quinzena de dezembro deste ano, quando ocorre a 2ª Conferência Nacional LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).

Para Maria do Rosário, embora o governo venha enfrentando a homofobia, atuando para reduzir o preconceito e a violência contra homossexuais, o País ainda precisa “fazer uma grande investida” contra manifestações preconceituosas que, segundo ela, muitas vezes acabam por levar ao assassinato de homossexuais e à impunidade dos criminosos.

Sem citar nomes, Maria do Rosário criticou políticos que, segundo ela, se valem do fato de não terem que responder à Justiça Comum por crimes como homofobia para expressar o preconceito.

“É um absurdo o comportamento homofóbico de algumas autoridades que fazem o discurso da violência contra homossexuais e permanecem impunes, utilizando indevidamente a imunidade parlamentar”.

Na segunda-feira (4), o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou relatório que mostra que, no Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas e que esse tipo de crime aumentou 113% nos últimos cinco anos.

Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano foram 65 assassinatos.

A organização não governamental promete denunciar o governo brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) por crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais.

Nesta terça (5), após participar de uma conferência da Escola Superior do Ministério Público da União para discutir a experiência internacional da criação de comissões responsáveis para apurar crimes contra os direitos humanos cometidos durante regimes autoritários, as chamadas Comissões da Verdade, a ministra convidou os representantes do Grupo Gay da Bahia ao diálogo