Edição de Notícias | 1 de abril de 2011 - 15:10

Polícia prende integrantes de bando que lesou ex-deputado em R$ 5 milhões

A delegada de Pedro Gomes, Silvia Elaine Girardi dos Santos, prendeu integrantes de quadrilha que lesou o ex-deputado por federal, de São Paulo, Paulo Lima, em aproximadamente R$ 5 milhões. Para tanto, a delegada contou com apoio do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Seqüestros) e de equipes da Polícia Civil de Pedro Gomes, Sonora e Presidente Prudente (SP), assim como da Polícia Militar.

Dois integrantes da quadrilha já estão presos em Pedro Gomes. Entre os presos está João Mustafá Neto, de 60 anos, que administrava as fazendas Santa Cristina e Sol Nascente, ambas em Pedro Gomes, que pertencem ao ex-deputado federal. Outro envolvido, Manoel Antônio da Silva, de 39 anos, também está preso em Pedro Gomes. Um terceiro integrante da quadrilha, Maquielvis Lopes Grison, de 35 anos, conhecido como “Pequeno” está com a prisão temporária decretada, mas está foragido.

O crime

O bando vinha furtando gado e extraindo madeira das fazendas há cerca de cinco anos, acredita a delegada. “No início de março, o Paulo Lima visitou as fazendas de Pedro Gomes, onde constatou algumas irregularidades”, explicou Silvia.

A principal irregularidade notada pelo ex-deputado federal era a divergência no número de gado, assim como desmatamento ilegal. Com isso, o ex-deputado registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Durante a investigação, as autoridades envolvidas descobriram que a quadrilha tinha furtado cerca de 1,7 mil cabeças de gado, dentre essas muitas cabeças de elite, conhecido como PO (Pura Origem). “Como se não bastasse, a quadrilha desmatou aproximadamente seis mil hectares e vendeu a madeira”, completou a delegada.

Comercialização

Tanto o gado quanto a madeira foram comercializados pela quadrilha, sendo a maioria das cabeças vendidas para frigoríficos e a madeira para madeireiras. Todos os compradores também serão investigados.

A investigação aponta que o gado PO chegou a ser comercializado pelo preço da arroba do gado comum aos frigoríficos. Já a madeira era vendida por um preço inferior ao valor do mercado. Grande parte dos produtos furtados foi comercializada com notas “esquentadas”, de acordo com Silvia.

Gado 

Na tentativa de encobrir o furto das cabeças de gado, o administrador da fazenda arrendou pastos para terceiros, sem autorização de Paulo Lima, que quando visitava as fazendas contabilizava todo o gado como sendo de sua propriedade.

A delegada informou que o gado nascido não era marcado, tão pouco contabilizado, para facilitar a venda às escuras. Outro detalhe apontado na investigação foi que o gado era vendido sem a devida nota fiscal das fazendas. Neste caso, a quadrilha pode ter usado nota fiscal de terceiros para conseguir a GTA (Guia de Transporte Animal) junto a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).

Busca

De posse dos mandados de busca e apreensão, assim como o de prisão, Silvia partiu para Presidente Prudente, onde apreendeu diversos documentos no apartamento do administrador das fazendas. Em seguida,João Mustafá Neto foi preso. As ações contaram com o apoio da polícia daquele município.

Durante a investigação, a polícia conseguiu localizar diversas cabeças de gado e madeiras que foram vendidas com notas fiscais compradas no comércio local. “As fazendas da região foram vistoriadas e os gados suspeitos submetidos à perícia”, frisou a delegada.

Investigação

Durante entrevista ao site Edição de Notícias, Silvia informou que a investigação deve se estender por mais alguns dias. Muitas pessoas e empresas devem ser investigadas e outras pessoas, além dos três citados, devem ser indiciados. Até o momento, a polícia contabiliza que Paulo Lima tenha sofrido um prejuízo aproximado de R$ 5 milhões.