Gazeta Alagoas | 31 de mar�o de 2011 - 17:47

Policia Federal prende quinze acusados de desviar 8 milhões

Uma força-tarefa formada por 120 policiais federais prendeu ontem, 15 pessoas acusadas de participar de um esquema que desviou mais R$ 8 milhões de recursos públicos destinados à compra da merenda escolar.

 

A ação, batizada de Operação Mascotch, cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão em 13 municípios alagoanos, contra gestores públicos e pessoas ligadas a prefeituras das regiões Agreste e Sertão.

Resultado do desdobramento da Operação Caetés – desencadeada em outubro de 2010, quando foram presos comerciantes do setor de alimentação acusados de fraude na compra de itens da merenda escolar – a Mascotch teve como foco a prisão de pessoas que estavam do outro lado do esquema: dentro das prefeituras, atuando como gestores.

Desta vez, as prefeituras que receberam a atenção dos investigadores foram a de Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Belo Monte e Estrela de Alagoas – localizadas no Agreste e Sertão. O esquema fraudulento havia sido constatado pelas investigações da Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).

Esquema contava com notas fiscais frias
A partir de denúncias anônimas, as investigações do MPF e CGU constataram o que estava no burburinho das ruas e fora dos pratos das crianças da rede pública de educação dos municípios investigados: a farra de gestores públicos com o desvio de recursos federais destinados para a merenda.

“O que vinha ocorrendo era um desmando absurdo com o dinheiro público. Enquanto faltava merenda nas escolas e as crianças passavam à bolacha e suco, nas compras dos gestores constavam grandes aquisições de itens como carne, frango e frutas que nunca chegaram às escolas. Compras que só aconteciam no papel para prestação de contas do recurso federal”, relata o delegado da PF, André Costa.

“E o mais absurdo é que parte do desvio era transformada em itens supérfluos como bebidas e comida para animais de estimação. E outra parte, para pagamento de contas pessoais e de propina para as pessoas que se beneficiavam do esquema. Estima-se que mais de R$ 8 milhões tenham sido desviados ao longo de dois anos, beneficiando gestores e empresários do setor alimentício”, descreve Costa.