| 29 de mar�o de 2011 - 16:44

Brasil está se tornando potência científica, diz relatório

Um novo grupo de países, liderados pela China, mas seguidos por outros como Brasil e Índia, estão emergindo como grandes potências científicas capazes de rivalizar com as tradicionais superpotências ocidentais, como Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.


De acordo com relatório feito pela Royal Society (a academia nacional de ciência britânica), o desempenho da China é ''particularmente notável'': a publicação de documentos científicos do país superou a do Japão e da Europa nos últimos anos.


O país asiático só é ultrapassado pelos EUA, mas deve superá-los antes de 2020, se os números seguirem a atual tendência. Em 1996, os EUA tinham produção científica dez vezes maior que a chinesa; hoje, sua produção, com crescimento menor, não chega a ser o dobro da do país asiático.


O relatório, chamado "Conhecimento, Redes e Nações: a colaboração científica no século 21", foi divulgado na última segunda-feira.


No caso do Brasil, a pesquisa diz que São Paulo subiu para o 17º lugar - antes ocupava o 38º - na lista de cidades com mais publicações científicas no mundo, o que "reflete o rápido crescimento da atividade científica brasileira".


A representatividade dos estudos brasileiros teve leve aumento: entre 1999 e 2003, eles equivaliam a 1,3% do total de pesquisas científicas globais. Entre 2004 e 2008, essa porcentagem subiu para 1,6.


Mas "as reduções significativas no orçamento de ciência em 2011 levantam preocupações", diz o relatório (em meio aos cortes de R$ 50 bilhões no orçamento da nação, o Ministério de Ciência e Tecnologia deve perder R$ 1,7 bilhão).


Referência


No entanto, ''ainda demorará algum tempo para que a produção dessas nações emergentes esteja à altura de ser uma referência para a comunidade científica internacional'', ressalta a pesquisa.


Em contrapartida, há avanços em determinados setores de alguns países, entre eles o Brasil. ''Existe diversificação de alguns países demonstrando lideranças em setores específicos, como a China em nanotecnolgia, e o Brasil em biocombustíveis, mas as nações avançadas do ponto de vista científico continuam a dominar a contagem de citações.''


A pesquisa também identificou nações emergentes no campo da ciência que não costumam ser vistas como donas de base científica forte, como o Irã, a Tunísia e a Turquia.


As projeções feitas pelo relatório "sugerem que o sistema científico global está se desvencilhando de seu padrão anterior".


"China e Coreia do Sul cumprem com suas ambiciosas metas de investimento em pesquisa e desenvolvimento, enquanto economias como Brasil e Rússia também prometem recursos substancialmente maiores para pesquisas."


Com isso, é possível que nações emergentes - Brasil incluído - superem os investimentos de países como Japão e França no setor.